quinta-feira, 13 de março de 2014

Estados ainda dão pouca importância à questão ambiental


  • Marcus Vinicius Pinto
    Direto do Rio de Janeiro
Em pleno ano de 2014, a importância que os Estados dão à questão ambiental ainda é reduzida. A pesquisa do IBGE sobre o Perfil dos Estados Brasileiros detectou falhas importantes na estrutura administrativa destinada a esse tema. O caso mais alarmante é do Amazonas, por seu peso no Bioma da Floresta Amazônica, que não tem um órgão específico que cuide dos recursos florestais, hídricos ou pesqueiros. Especificamente sobre bacias hidrográficas, além do Amazonas, Rondônia, Pará, Amapá, Maranhão e Santa Catarina não participam de nenhum tipo de comitê de preservação desses recursos. 

Das 27 unidades da federação (26 Estados e o Distrito Federal), nove ainda não têm uma secretaria exclusiva para o meio ambiente, sendo que Roraima, por exemplo, não tem a questão nem ao menos ligada a outra secretaria, mas para apenas um departamento ou assessoria para tratar do assunto. Mas pelo menos em 22 Estados, além de uma secretaria (não necessariamente exclusiva) há também outro órgão para tratar exclusivamente do assunto. Destaques para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo que Rondônia, Maranhão Piauí e Mato Grosso tem apenas um órgão para tratar do tema.

Dos temas tratados pelos órgãos, licenciamento ambiental e resíduos sólidos foram os mais mencionados, sendo que 14 dos 26 Estados possuem órgãos com a atribuição específica de produzir estatísticas ambientais. Acre, Roraima, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul não produzem dados estatísticos sobre o meio ambiente. 

Recursos para o meio ambiente
Em média, os Estados destinaram no ano passado 2,24% do orçamento para questões ambientais. Minas Gerais foi o que mais investiu (7%), seguido de Amazonas, Pará e Mato Grosso com 6% cada, contra Goiás, que destinou apenas 0,13% dos recursos. Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amapá não informaram ao IBGE que percentual de seus orçamentos são destinados à questão ambiental. A região Sul foi a que menos destinou recursos e órgãos ambientais, com apenas 0,64% do total. 

Da origem dos recursos para os órgãos de meio ambiente, apenas o Rio Grande do Sul não destina verba própria para a pasta, valendo-se exclusivamente de recursos apenas de taxas de licenciamento ambiental, algo comum nas outras unidades, menos Alagoas e Distrito Federal. Doze Estados se valem também de transferências voluntárias vindas de institutos de pesquisas ou ONGs  e dez ainda recebem ajuda para a causa por recursos de origem de instituições internacionais. 

Sobre os recursos provenientes dos royalties do petróleo, que são destinados a minimizar impactos ambientais provenientes da exploração do petróleo, dez Estados recebem esses recursos. Mas apenas cinco deles, Bahia, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, apontam ao IBGE que destinam esses recursos para o meio ambiente. Outra opção, de recursos vindos da iniciativa privada, apenas Bahia, Espírito Santo e Tocantins revelam receber recursos dessa origem. A Bahia é o único Estado que recebe recurso das seis fontes pesquisadas. Outros cinco declararam receber recursos de outras fontes como convênios com o governo federal ou arrecadação própria.
terra.com.br

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