quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Paraguai: Fazendeiro brasileiro despreza pedido para parar de destruir floresta de índios isolados



O fazendeiro brasileiro Marcelo Bastos Ferraz rejeitou o pedido dos Ayoreo para parar de destruir a floresta de seus parentes isolados
O fazendeiro brasileiro Marcelo Bastos Ferraz rejeitou o pedido dos Ayoreo para parar de destruir a floresta de seus parentes isolados
© OPIT
Em um encontro raro entre a tribo Ayoreo, o Ministro do Meio Ambiente do Paraguai, e um fazendeiro brasileiro responsável pela destruição em grande escala da terra ancestral da tribo, o fazendeiro rejeitou o pedido dos Ayoreo para parar de destruir sua floresta, o último refúgio de seus parentes isolados.
Na reunião, os Ayoreo disseram para o fazendeiro Marcelo Bastos Ferraz e a Ministra Cristina Morales, ‘O objetivo dos fazendeiros é desmatar, mas isso não é o nosso objetivo. Queremos proteger a floresta’.
Os Ayoreo isolados poderiam ser dizimados por doenças pegadas de estranhos em suas terras. Relatos recolhidos de Ayoreo recém-contatados confirmam que seus parentes isolados vivem em constante medo das escavadeiras que destroem sua ilha de floresta, que é cada vez menor.
Guiejna, uma mulher Ayoreo, no dia quando ela foi contatada em 2004. Agora ela sofre de tuberculose.
Guiejna, uma mulher Ayoreo, no dia quando ela foi contatada em 2004. Agora ela sofre de tuberculose.
© GAT
A empresa de pecuária Yaguarete Pora S.A., de propriedade de Ferraz, vem desmatando ilegalmente a floresta dos Ayoreo para abrir caminho para a carne destinada para os mercados da Europa, Rússia e África. Recentemente, recebeu uma licença ambiental para cortar mais floresta, causando indignação global.
Um Ayoreo disse à Ministra Morales, ‘Minha mãe e eu vivíamos na floresta. Sabíamos que havia muitas doenças. Depois do contato em 1986 muitas das nossas pessoas morreram, incluindo minha mãe. Nós não queremos que isso aconteça de novo… O Ministério será responsável pelas mortes, por ter dado (à empresa) a licença para derrubar a floresta.’
A Ministra Morales vem recebendo milhares de mensagens de apoiadores da Survival, pedindo-lhe para parar a destruição desenfreada da floresta dos Ayoreo. Mas na reunião, Morales disse aos Ayoreo que não havia nada que podia fazer para devolver a terra para eles.
Yaguarete Pora S.A. recebeu anteriormente o ‘Prêmio de Lavagem Verde’ da Survival, por ter disfarçado a destruição em larga escala da floresta como um esforço de conservação. A empresa alega que está protegendo a floresta, ao estabelecer uma ‘reserva natural’ em parte dela.
Descobertas recentes têm revelado que a floresta do Chaco paraguaio – lar dos Ayoreo isolados – está sendo cortada a um ritmo mais rápido do que qualquer outra floresta do mundo, e os índios estão desesperados para salvá-la de mais destruição.
Nixiwaka Yawanawá, um índio da Amazônia que trabalha com Survival International, disse hoje, ‘O governo paraguaio está plenamente consciente do que está acontecendo, mas mesmo assim continua a permitir que a floresta dos Ayoreo seja destruída, e as suas vidas ameaçadas. Precisamos gerar mais e mais atenção pública para a campanha, para que as vidas e a floresta dos Ayoreo isolados sejam protegidas.’
Informe da Survival International, publicado pelo EcoDebate, 13/02/2014

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