Se tornaram bem
acentuadas as denúncias do envolvimento de policiais militares em
conflitos pela posse da área. A exemplo do município de Codó, onde a
prática é bem vergonhosa e denunciada a Ouvidoria Agrária Nacional, mas
que o Comando Geral da PM se recusa terminantemente a adotar as
providências necessárias, apesar de já ter recebido duas
correspondências do Ouvidor Agrário Nacional, os problemas tomam
dimensão de proliferação na certeza da impunidade. Hoje, o Sindicato
dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município de João Lisboa,
denunciou à direção da FETAEMA, que ontem um grupo de militares e
jagunços tentou invadir o acampamento de uma área de posse, conhecida
como Cipó Cortado. O clima foi tenso , com gritos de mulheres, crianças e
idosos e os trabalhadores armados com foices e facões diziam que
morreriam mas não seriam expulsos, diante do grupo fortemente armado com
escopetas e pistolas de grosso calibre. Dentre os invasores, alguém
temeu pelo iminente registro de um morticínio e o grupo recuou com a
promessa de retornar depois.
Na última quinta-feira, na
reunião dos Bispos do Maranhão, realizada em São Luís, o colegiado
defendeu a necessidade urgente de elaboração de um documento com
detalhes de todos os conflitos no Estado para ser encaminhado a
Governadora Roseana Sarney, ao desembargador Antonio Guerreiro,
presidente do Tribunal de Justiça e ao presidente da Assembleia
Legislativa do Estado, deputado Arnaldo Melo. O episcopado deve com
direção nacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ir ao
Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério da Justiça e ao MDA. A
verdade é que a Polícia Militar, instituição da Segurança Pública, ao
invés de manter a ordem e o direito de ir e vir dos cidadãos, vem sendo
utilizada por políticos e empresários do agronegócio como aparelho
repressor, idêntico a muitas decisões judiciais ao arrepio da lei,
destacaram vários bispos, salientando que a Policia Militar é na verdade
a grande estimuladora da violência no Estado.
O bispo Dom Gilberto Pastana,
presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Regional do
Maranhão e da Diocese de Imperatriz já foi comunicado do fato, devendo
ele visitar as famílias que estão sendo vítimas da opressão da Policia
Militar. Os conflitos agrários no Maranhão estão ficando cada vez mais
acirrados pela incompetência da direção do INCRA, que tem procurado
postergar desapropriações e regularizações fundiárias para beneficiar
latifundiários, empresários do agronegócio e até mesmo grileiros, uma
vez que o Superintendente Regional está em plena campanha política como
candidato a deputado estadual pelo PT.
Aldir Dantas
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