segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Clima tenso em Campo do Bandeira, Alto Alegre do Maranhão


Famílias reocuparam área. Mais de 50 cartuchos disparados contra lavradores já foram encontrados
A comunidade Campo do Bandeira, em Alto Alegre do Maranhão, vive desde o fim da semana passada um clima tenso. 40 famílias reocuparam uma área devoluta de 1.485ha. 72 famílias foram expulsas das terras pela terceira vez em 2009.
O empresário e pecuarista Biné Figueiredo, ex-prefeito de Codó, deseja incorporar a área em litígio à sua fazenda Caxuxa Agropastoril, o que teria motivado as liminares de reintegração de posse, à época.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) da Diocese de Coroatá, em comunicado encaminhado a diversas entidades do movimento social e meios de comunicação, dá ideia do terror instalado: “No dia 14 pela manhã [membros das famílias] são surpreendidos por um grupo de cinco pistoleiros armados de escopetas atirando em direção às famílias, na tentativa de afugentar os camponeses e limpar a área onde estão acampadas. Às 17h30min o acampamento é novamente atacado por 10 homens fortemente armados [...] disparando mais de 70 tiros em direção às famílias. Não conseguindo fazer vítimas, desferiram os tiros em direção às panelas e destruíram os pneus de quatro motos, deixando um rastro de violência, mostrando do que são capazes de fazer para atingir seus objetivos”, diz a nota.
O comunicado da CPT informa ainda que a fazenda Caxuxa Agropastoril pertence hoje a um grupo potiguar, que se utiliza das mesmas estratégias violentas para a consecução de seus objetivos, isto é, expulsar as famílias das terras.
Em 2011 o Incra repassou ao Iterma o processo para arrecadação da área. O mesmo não foi concluído até hoje, com camponeses inchando as periferias de Alto Alegre, Bacabal e Pindaré.
“Neste momento o conflito é intenso e há pessoas que se feriram na tentativa de se proteger de balas”, lamenta a Agente da CPT de Coroatá, Antonia Calixto. Quem também está no local é o assessor jurídico da Fetaema Diogo Cabral. Há pouco ele informou que “o clima é extremamente tenso” e que já foram encontrados “mais de 50 cartuchos de [espingarda] calibre 12 disparados contra os lavradores”. (Zema Ribeiro, com informações da CPT/Coroatá)

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