Os advogados Diogo Cabral e Luís Antonio
Pedrosa e a Secretária de Política Agrária da FETAEMA,Maria Lúcia
Vieira dos Santos estiveram ontem na comunidade Campo do Bandeira, no
município de Alto Alegre do Maranhão, local em que está havendo um dos
sérios conflitos agrários em nosso Estado. A área da comunidade que é
um pouco mais de 1,4 mil hectares é pretendida através de grilagem
pelo empresário Biné Figueirêdo, ex-prefeito de Codó, integrante da
lista suja do trabalho escravo e enfrenta condenação na Justiça
Eleitoral. Ele era proprietário do Grupo Caxuxa Agropastoril, tendo
vendido a propriedade a empresários do Rio Grande do Norte. Há
desconfiança de que no negócio ele tenha envolvido as terras do Campo do
Bandeira, até mesmo que em algumas ocasiões foi favorecido por decisões
judiciais, que posteriormente chegaram a ser revertidas, mas geralmente
nas apelações empresários, grileiros e latifundiários acabam sendo
favorecidos. O bispo da Diocese de Coroatá, Dom Sebastião Bandeira,
diante de tanta perseguição que se impõe ao Povo de Deus,diz que a
justiça é morosa para pobres e oprimidos, e bastante ágil e
determinada, quando se trata de empresários e mais acentuada aos
interesses políticos. As famílias do Campo do Bandeira constantemente
são ameaçadas por jagunços, que chegam a fazer disparos de escopetas
contra os casebres dos agricultores e também eles não escapam da
hostilização dos policiais militares. Na foto acima, podemos identificar
crianças e idosos que a qualquer momento podem ser assassinadas por
jagunços. A maior indignação é que o Sistema de Segurança Pública do
Estado, no interior é tendencioso e viciado na proteção aos interesses
de empresários e políticos, se constituindo em aparelho repressor aos
trabalhadores e trabalhadoras rurais, numa demonstração clara de que o
Governo do Estado é o maior incentivador dos conflitos pela posse da
terra e fomentador da fome, da miséria e da exclusão social no meio
rural.
Hoje e amanhã, período da reunião
do episcopado maranhense em São Luís,os conflitos agrários de Codó,
Timbiras, Alto Alegre, Matões do Norte e Pirapemas, serão colocados em
pauta pelo bispo Dom Sebastião Bandeira, da Diocese de Coroatá, que teme
por consequências graves, caso não sejam adotadas providências por
parte dos poderes constituídos, uma vez que a realidade no campo é que
estamos em um Estado sem lei, com assassinatos, assaltos, explosões de
caixas eletrônicos, a pistolagem e outras práticas de violência, a
maioria geralmente para atender interesses de políticos e empresários.
aldir dantas
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