O Rio Preguiças banha a cidade de
Barreirinhas, famosa por ser portal de entrada dos Lençóis Maranhenses, e
mais 55 povoados. Ao lado das nascentes, havia uma situação grave de
exploração predatória dos recursos naturais, com extração de madeira
para construção de cercas, casas e produção de carvão vegetal, além das
constantes queimadas de capoeiras, na preparação tradicional e danosa do
terreno para a roça.
As
medidas do projeto para conter a devastação iniciaram com reuniões de
sensibilização e capacitação. Os ribeirinhos dessas comunidades
participaram de três treinamentos sobre educação ambiental. Depois, foi
construído um viveiro irrigado, para produção das mudas de plantas
nativas, que em seguida ganharam lugar definitivo às margens do Rio
Preguiças.
“Com
essas ações, houve elevação do nível do lençol freático, estancamos o
processo de degradação e reconquistamos a perenidade do rio, baseados na
preservação e gestão ambiental”, comemorou o coordenador do projeto,
Francisco Soares, que é engenheiro agrônomo.
Na
área recuperada, havia também plantio de pasto para alimentação de
gado, o que é proibido pelo novo Código Florestal, já que a região faz
parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Upaon-Açu. Mas o produtor foi
sensibilizado e deixou o local. “Precisamos ter a consciência de que é
necessário preservar e fazer uma agricultura forte e sustentável”,
defendeu o presidente do INAGRO, José de Jesus Reis Ataíde.
Impacto econômico
O rio preservado gera trabalho e renda.
Segundo estimativa do instituto, 525 pessoas estão sendo diretamente
beneficiadas pelo projeto “Revegetação das Nascentes do Rio Preguiças”;
mais 2.500 têm benefícios indiretamente e 85 mil ao longo de todo o
Pregiças. São pessoas que cultivam banana, feijão, milho, arroz e
mandioca com irrigação natural. Dessa região, também são extraídas seis
mil toneladas de castanha de caju e mais de 1.200 famílias tiram seu
sustento trabalhando como barqueiros, lavadeiras, motoristas de Toyota e
artesãos.
Mesmo com as vantagens ambientais e
socioeconômicas, o projeto ainda enfrenta dificuldades. O arame farpado
usado para conter animais que pudessem estragar as mudas, por exemplo,
teve uma parte furtada. A solução encontrada foi pintar o arame com
tinta azul.
A
diretora geral do Campus Maracanã, Lucimeire Amorim Castro, que acolheu
o evento, lembrou projeto semelhante já executado pela instituição para
conservação do Rio da Prata. O professor de Fruticultura, Eliomar
Braga, coordenou a recuperação da vegetação das nascentes do rio que
fica no entorno do campus. “É algo feito por pessoas que realmente se
preocupam com a preservação. Com cada um fazendo sua parte, tendo
compromisso social e ambiental, todos saem beneficiados, porque teremos
uma qualidade de vida melhor”, enfatizou Lucimeire.
O seminário contou com apoio do Núcleo de Educação Ambiental (NEA) do
Campus Maracanã, coordenado pela professora Vilma Almeida, e foi
acompanhado pelo diretor de Desenvolvimento Educacional, Jean Magno
Moura de Sá.Fonte: IFMA
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