A Comissão Episcopal Pastoral para o
Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB realizou na
sexta-feira, 15 de fevereiro, a reunião final para a preparação do
Documento de estudos sobre as comunidades Quilombolas. “A finalidade
deste texto é contribuir para a atuação da Igreja frente a realidade das
comunidades quilombolas. Valorizando e defendendo seus direitos de
vida, cultura, tradições, crenças e tudo aquilo que lhes são próprios”,
explicou o presidente da Comissão, dom Guilherme Werlang.
Formada por bispos, padres e
antropólogos, o grupo de trabalho responsável pela elaboração do
Documento está neste projeto há quase um ano. Durante os encontros foram
expostas as situações vividas pelos negros nas épocas da escravidão,
abolição e também a situação nos tempos atuais. “Analisamos a situação
do povo negro em nível nacional e pretendemos com o Documento expressar
toda a luta pela justiça das comunidades Quilombolas”, disse dom José
Valdeci, bispo da diocese de Brejo (MA).
De acordo com dom Guilherme, o Documento
será divido em três partes tendo por linha o método VER-JULGAR-AGIR. Na
primeira parte (VER) será abordado, dentre outras coisas, um contexto
histórico narrando a maneira como os negros foram trazidos para o Brasil
e escravizados, o modo como aconteciam as torturas, a violência e
injustiças, e também a maneira como teve início a formação dos quilombos
e as resistências em busca da liberdade.
Na segunda parte (JULGAR) haverá “uma
grande iluminação bíblica e dos Documentos da Igreja em relação a toda
situação da escravidão, da liberdade e da igualdade de todas as pessoas
independente de etnias, raças e religiões”, anunciou dom Guilherme.
A terceira e última parte (AGIR) será
composta pelos encaminhamentos, exigências e direitos que devem ser
efetivamente consagrados para os Quilombolas e seus territórios, além
dos novos rumos a serem tomados.
De acordo com o assessor das comunidades
remanescentes de quilombos do estado do Pará, Girolamo Domenico
Treccani, o Documento se faz importante para os povos Quilombolas uma
vez que eles têm o anseio de ouvir a palavra da Igreja para confirmar,
valorizar e defender a luta que desempenham por seus territórios e
inclusão social, além de terem a identidade cultural respeitada em todos
os sentidos e níveis.
O texto sobre as comunidades Quilombolas
será apresentado na próxima Assembleia Geral dos Bispos da CNBB, em
abril. Se aprovado, será publicado na coleção de textos de estudo da
entidade.
cnbb
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