04/02/2013 - Valor Online
- Por Janice Kiss | De São Paulo
O historiador e antropólogo Luís da Câmara Cascudo definiu a mandioca
como a "rainha do Brasil" no livro "A história da alimentação do
Brasil", por conta do tubérculo estar associado à formação do próprio
país. A Manihot esculenta foi apresentada aos portugueses pelos índios,
utilizada pelos bandeirantes que a semeavam pelo caminho como garantia
de alimento ao desbravar sertões e símbolo de protesto dos padres do
seminário de Olinda que, envolvidos com a luta pela independência do
país, baniram os pratos à base de trigo, cereal que passou a ser
considerado o símbolo do colonizador.
Mesmo com toda a importância - além do consumo da própria raiz, dela é extraído um punhado de tipos de farinhas - seu plantio permanece marginalizado na maioria das regiões (Norte e Nordeste, as principais produtoras) e um pouco menos no Centro-Sul, onde estão instalados plantios e colheitas mecanizados, e grandes indústrias de amido que produzem 500 mil toneladas por ano e movimentam cerca de R$ 800 milhões anuais, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam).
Para o pesquisador Joselito Motta, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA), um dos maiores especialistas na área, a culpa para o baixo consumo é a da associação preconceituosa de que mandioca é comida de classes mais baixas.
Imagem que, por sinal, a nutricionista Neide Rigo se empenha em derrubar. Há 20 anos, Neide se dedica a resgatar alimentos que saíram de moda, como o mangarito, tubérculo da família do inhame, ou outros que são considerados cultivos menos nobres. A mandioca está nessa categoria. "Até mesmo seu uso como legume foi substituído pela batata", diz.
A nutricionista que viaja por países para ensinar o uso e o potencial dos alimentos locais, explica que a planta é rica em vitaminas e cálcio e dela são extraídos uma centena de produtos, como alimentos para o homem, ração para animais, álcool, etc.
Ela concorda com especialistas, como o pesquisador da Embrapa, que o consumo do tubérculo ficou à sombra do trigo, desde quando o cereal começou a se popularizar no Brasil nos anos 1950. No entanto, o país produz em torno de 50% do que consome e precisa importar cerca de 7 milhões de toneladas.
Há dez anos, o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP) propôs um projeto de lei para reduzir a "dependência" do trigo e incentivar o cultivo de mandioca que atingiu seu auge nos anos 1970, com 30 milhões de toneladas. A proposta era adicionar 10% de fécula de mandioca à farinha de trigo usada na panificação sem prejuízo ao sabor do tradicional pão francês, mas o projeto não vingou.
O Brasil continua a ser o segundo maior produtor mundial de mandioca, atrás da Nigéria.
Mesmo com toda a importância - além do consumo da própria raiz, dela é extraído um punhado de tipos de farinhas - seu plantio permanece marginalizado na maioria das regiões (Norte e Nordeste, as principais produtoras) e um pouco menos no Centro-Sul, onde estão instalados plantios e colheitas mecanizados, e grandes indústrias de amido que produzem 500 mil toneladas por ano e movimentam cerca de R$ 800 milhões anuais, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam).
Para o pesquisador Joselito Motta, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA), um dos maiores especialistas na área, a culpa para o baixo consumo é a da associação preconceituosa de que mandioca é comida de classes mais baixas.
Imagem que, por sinal, a nutricionista Neide Rigo se empenha em derrubar. Há 20 anos, Neide se dedica a resgatar alimentos que saíram de moda, como o mangarito, tubérculo da família do inhame, ou outros que são considerados cultivos menos nobres. A mandioca está nessa categoria. "Até mesmo seu uso como legume foi substituído pela batata", diz.
A nutricionista que viaja por países para ensinar o uso e o potencial dos alimentos locais, explica que a planta é rica em vitaminas e cálcio e dela são extraídos uma centena de produtos, como alimentos para o homem, ração para animais, álcool, etc.
Ela concorda com especialistas, como o pesquisador da Embrapa, que o consumo do tubérculo ficou à sombra do trigo, desde quando o cereal começou a se popularizar no Brasil nos anos 1950. No entanto, o país produz em torno de 50% do que consome e precisa importar cerca de 7 milhões de toneladas.
Há dez anos, o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP) propôs um projeto de lei para reduzir a "dependência" do trigo e incentivar o cultivo de mandioca que atingiu seu auge nos anos 1970, com 30 milhões de toneladas. A proposta era adicionar 10% de fécula de mandioca à farinha de trigo usada na panificação sem prejuízo ao sabor do tradicional pão francês, mas o projeto não vingou.
O Brasil continua a ser o segundo maior produtor mundial de mandioca, atrás da Nigéria.
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