sexta-feira, 6 de junho de 2025

salete moreno

Não foi possível prosseguir ao assentamento Marielle pelo adiantado do tempo e pela distância, pois faltavam quinze quilômetros em uma estrada de chão que continha dezenas de pocas de água, mas por sorte pocas bastante rasas se bem que batia o receio todas as vezes que o carro enfiava a cara dentro das pocas. Era uma região por onde o agronegócio da soja e do eucalipto se alastrara muito fácil e muito rápido. Nessa estrada mesmo vários assentados venderam seus terrenos para plantadores de soja. Alguns poucos não venderam. Em uma audiência de conciliação, a empresa de produção de ferro gusa e plantio de eucalipto Viena propôs aos moradores da Marielle que aceitassem 70 hectares e desistissem da luta pelos milhares de hectares da fazenda em questão. 70 hectares só garante o lugar da moradia. E a produção das famílias? Atualmente a Marielle e um dos locais que mais produz mandioca na região. Se não foi possível chegar a Marielle, dava para aportar na ocupação Salete Moreno, nome dado em homenagem a uma militante do MST. Durante a conversa na Salete Moreno, ficou evidente uns detalhes. Que todos vieram de Açailândia após serem expulsos de uma ocupação a pedido da Suzano papel e celulose. Um dos que foram expulsos trabalhará em várias fazendas só que não tinha mais onde morar e trabalhar devido a modernização da economia rural. No dia anterior, eles haviam recebido a vistoria do juiz da vara agrária que julgava um pedido de reintegração de posse da parte de um pretenso proprietário. Aparentemente, a vistoria transcorrera super bem e tranquila na opinião das famílias só que no mesmo dia da conversa dos movimentos sociais com as famílias ficou se sabendo que o juiz aceitara o pedido do fazendeiro para retirar todo mundo. Parece que o juiz da vara agrária só quis passar um verniz de que sua decisão era isenta.

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