sexta-feira, 6 de junho de 2025

açai

A grande sacada do mercado com relação ao açaí foi que não precisou patentear a espécie vegetal para efetivar a sua captura como se tentou fazer com o cupuaçu no começo dos anos 2000. O mercado só precisou capturar as potencialidades inerentes ao processo social e econômico, potencialidades estas que não eram devidamente estimuladas. Por muitas décadas a produção a distribuição a comercialização e o consumo se manifestavam apenas em comunidades rurais e tradicionais do norte e parte do nordeste brasileiros ou se manifestavam em núcleos familiares urbanos provenientes dessas comunidades. O açaí nunca foi uma unanimidade como pretende passar o mercado. A unanimidade e uma pretensão de sociedades capitalistas e pós capitalistas. Aparece uma música, um livro, um filme, uma comida e o mercado propala a unanimidade como a grande causa da cultura. As sociedades pre capitalistas e pre industriais trabalham mais pelo viés da diversidade. Em 2005, um professor da universidade federal do Pará defendeu a tese de que um açaí colhido em determinado acaizal não era igual a um açaí colhido num outro acaizal. As comunidades rurais quilombolas e indígenas se habituaram a tomar açaí com farinha seca camarão e peixe. Sem açúcar. A unanimidade que se verifica em torno do açaí vai muito pela lista de produtos que o mercado oferta para acompanha lo na hora do consumidor se servir e vários desses produtos são associados ao açúcar. Portanto a unanimidade publicizada pelo mercado e mais relacionada com a dependência pelo açúcar do ser humano.

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