sexta-feira, 6 de junho de 2025
História e memória no Maranhão
Acaso a pessoa fosse solta num caminho sozinha, qual a chance desta pessoa retornar de onde partiu sem pedir informações? As chances quase inexistem. A não ser que o caminho seja uma linha reta ou que a pessoa tenha deixado marcas ou referências, a possibilidade de esquecer se avantaja comparada com a possibilidade de relembrar. Na volta da viagem sempre rolam algumas perguntas como aquela tradicional "como foi a viagem?". Outra que rola bastante e "o que trouxeste de recordação?". Todo viajante leva e traz consigo um baú, uma mala, uma mochila de recordações. O senso comum espera recordacoes materiais (bastante óbvio). Outros sensos aguardam recordações não tão óbvias. A narrativa e um tipo de recordação não tão óbvia ou um processo de recolhimento de recordações por aquele ou por aqueles que estão a ponto de não recordar mais. Do jeito que a coisa anda, e bem capaz de que a algum tempo a sociedade maranhense não tenha mais o que recordar não tenha mais o que levar e trazer de recordações em suas viagens. As expansões das fronteiras agrícola, energética e de infraestrutura que ocorrem pelo Estado do Maranhão e vista com naturalidade por vários setores da sociedade. E se e vista com naturalidade não há porque questionar a forma como essa expansão acontece. E se não há questionamento as pessoas deixam de conversar o que conversavam, deixam de ler o que liam, deixam de ouvir as músicas que ouviam e deixam de escrever o que escreviam.
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