sexta-feira, 6 de junho de 2025
Os maranhenses vieram de onde ?
Não se sabia deles. Os maranhenses em geral não vão atrás do seu passado. Por falta de informação, por falta de interesse e por temerem o que venham a encontrar no meio do caminho. O Maranhão tanto podia ser o meio como o fim do caminho. Dependia do interesse da pessoa. Os nordestinos fugidos das várias secas do século XX saiam em cima de caminhão ou a pé percorrendo vários quilômetros. Em todo caso, a amazônia era o fim, desde o princípio. O fim da largada. O Maranhão passou a ser o meio pelas suas características ambientais que nem é tanto amazônia e nem é tanto cerrado. Um meio termo para os retirantes. Então as crises climáticas vinham empurrando sucessivos grupos para fora dos seus habitats naturais para uma direção fora de perspectiva. Despachados para um lugar que fugia das suas competências, eles paravam nas beiradas da Amazônia e no Cerrado. Beiradas porque sem saber onde pisavam preferiam lugares onde tivessem certa moradia comida trabalho recepção e água. Alguns desses lugares eram quilombos. Os retirantes acreditaram que fossem o lugar ideal para se reinventarem, esquecendo a carestia e a fome. Só que tinha um porém. Por força das relações sociais e políticas e econômicas, eram obrigados a dividir sua produção com os fazendeiros que os acolhiam. Essa obrigação durou um tempo e caiu em desuso pela decadência desses proprietários tradicionais. Para as comunidades tradicionais e quilombolas dos municípios de Parnarama e matões, bacia do rio Parnaíba, o problema agora é outro. A expansão da soja pelo cerrado, onde as comunidades conseguiam a madeira para construir suas casas, onde apanhavam o mel de abelha, onde soltavam seus animais, onde ajuntavam as frutas, onde pescavam e onde rocavam. Com a expansão da soja e o desmatamento do cerrado as chuvas escassearam e o lençol freático da comunidade quilombola de Cocalinho, município de Parnarama, foi contaminado por 9 produtos químicos utilizados nos plantios de soja ocasionando câncer de pele e doenças alérgicas e respiratórias na população.
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