sexta-feira, 6 de junho de 2025
marina silva
"A fala do senador Marcos Rogério (PL -RO) na Comissão de Infraestrutura do Senado, em que desrespeitou Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, aponta para vários sentidos. A frase foi "se ponha no seu lugar". O sentido mais premente era para ela se diminuir perante ele e seus “iguais”, porém, outros sentidos podem ser ressaltados. Como “o seu lugar não é aqui no Senado” (e olha que ela foi senadora). Outro: “aceite que a senhora perdeu, a senhora é minoria” ou “a senhora está sozinha”. Estes carregam forte conotação étnico-racial, como se dissesse “a senhora é mestiça [negra e indígena]” e “pobre” (ela foi vítima de malária cinco vezes, contraiu hepatite e leishmaniose e foi contaminada por mercúrio, chumbo e ferro em consequência do tratamento de leishmaniose). Os ataques dos senadores obedeciam a vários propósitos. O principal: rebaixar Marina Silva e o MMA que "impedem" o desenvolvimento da Amazônia, o asfaltamento de estradas, a exploração de petróleo e gás na foz do Amazonas, o plantio de monoculturas etc. Outro: mostrar que o Senado Federal em sua maioria escolheu um lado, o do agronegócio, o “o todo poderoso senhor agronegócio”. E que o Senado – o Congresso - não terá nenhum pudor ético, nenhum escrúpulo, a elevar o agronegócio a onipotência, onipresença e onisciência, prerrogativas divinas, em que pesem as desgraças climáticas que causa. Se for preciso apagar a história ou reescrever a história, por que não? Mas a história seguirá? Qual futuro estamos assim (des)construindo?"
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