domingo, 5 de julho de 2015

Em busca do tempo perdido em Afonso Cunha



A cidade de Afonso Cunha parece perdida no tempo e no espaço. A imagem de cidade sossegada do interior do Maranhão não convence mais ninguém.  Que sossego é esse que desassossega? As comunidades do interior de Afonso Cunha vivem em situação de penúria sem qualquer auxilio da parte do poder publico municipal.  A prefeitura de Afonso Cunha iniciou a construção de cinco escolas em 2014. Uma delas é a escola do povoado de São Pedro e fica ao lado da casa do Antonio Luis, liderança da comunidade. Nenhuma das construções foi concluída. Buscava-se o Antonio Luis e o tempo perdido de São Pedro e das demais comunidades com relação a regularização fundiária de suas áreas.  Por incrível que possa parecer, até os dias de hoje, não foi criado nenhum assentamento por parte do Incra ou do Iterma em Afonso Cunha. A razão para isso se detem no fato de que a família Bacelar reteve em suas mãos por muito tempo quase todas as terras do município. O restante parou nas mãos do grupo João Santos, de Coelho Neto, e do grupo Costa Pinto, de Aldeias Altas. Os dois grupos em questão plantam cana de açúcar e, para seus projetos, visam áreas de Baixão, mais próximas dos cursos de água.
As comunidades de Afonso Cunha navegam na incerteza fundiária que se agravou e que agravou outras questões como as socioambientais com os desmatamentos das Chapadas para os plantios de soja. Quem vendeu as Chapadas foram os membros da família Bacelar. As áreas de soja em Afonso Cunha chegam a cinco áreas. Uma supera a outra em tamanho. Bem na subida para a Chapada, a F W reflorestamento desmatou mais de 600 hectares de Cerrado. Parte desse desmatamento virou carvão vegetal que a Viena, empresa de ferro-gusa de Açailandia, comprou. O restante da madeira os funcionários atearam fogo.
Segundo o Lindomar, representante do STTR de Afonso Cunha, essa Chapada que abrange as comunidades de Vereda e São Gonçalo aglutinava o maior numero de bacurizeiros em todo o município. As comunidades de Vereda e São Gonçalo coletavam bacuris nessa Chapada. Com o desmatamento, as comunidades ficaram sem bacuri e São Gonçalo ficou sem água, pois o riacho da comunidade não segurou água no inverno de 2015. O representante  da carvoaria afirmou que pela licença eles eram obrigados a preservar os bacurizeiros e os pequizeiros. Como preservar?!!! Não ficou nenhum bacurizeiro e nenhum pequizeiro naquela parte da Chapada. O representante da carvoaria respondeu que ele só cumpria ordens do dono da fazenda.  

mayron régis

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