Segundo a Bíblia Sagrada a terra foi
criada por Deus, mas ele não deixou nenhum atestado nomeando (A ou B) para ser
dono dela... a natureza surgiu junto com sua formula natural. Nasceram os
animais silvestres, as águas, os mares... em fim, tudo em 7 dias. Isso gerou
dúvidas em um certo monarca do Sião, em dizer que Moisés foi um tolo nas
afirmações do Gênesis que a terra foi preparada apenas em uma semana, o determinado
rei defendeu em sua filosofia que o planeta passou milhares e milhares de anos
para ser formado; duas versões existem até hoje: a criação e a evolução,
cansamos de estudar essas coisas pelos bancos escolares mas continuamos em
dúvida. Mas tudo bem, cada um com suas crenças filosóficas. Podemos talvez
acreditar que no início os humanos já viviam sobre essa terra e tiravam dela o
necessário para suas sobrevivências como comida e água. Depois de algum tempo o
homem sofreu seu processo de modificação psicológica decidindo então que o
espaço donde obtinha seu fundamental alimento, seria de sua propriedade... resolvendo-se
tomar posse da terra. Foi daí que surgiu o atrasado grau de inconsciência, de
intolerância... acreditando que a terra (um pedaço de chão) a partir de então teria um dono, o próprio
homem.
Na região do Baixo Parnaíba, leste do
estado do Maranhão (um pedaço do mundo), área essa em quase toda sua estrutura
coberta de Chapadões e Brejais – que concentra uma grande quantidade de
nascentes e cabeceiras de rios, esse território livre foi invadido pelo
programa agroexportador do eucalipto e soja, o primeiro no início de 80 e a
segundo depois. Boa parte dessas terras foram griladas favorecendo aos grupos
empresariais representantes do capitalismo exacerbado – apoios políticos
somaram-se a essas questões na época. Com suas forças capitais e econômicas
destruíram o cerrado e quase toda biodiversidade, tanto a fauna quanto a flora.
O Baixo Parnaíba foi primeiramente habitado pelos índios Tremembés, depois teve
seu importante ciclo das fazendas de cana –de-açúcar, em seguida recebeu os
retirantes do Piauí, Ceará e Pernambuco – ajudando a formar a cultura de nosso
povo. Na década de 80 por exemplo, o território de intocáveis chapadas foi
vítima da plantação destruidora do eucalipto da antiga empresa Florestal LTDA,
gerando a partir de então um grande e infinito conflito agrário e sócio
ambiental. Os camponeses reivindicavam as soberanias das posses das terras onde
os mesmos exerciam suas atividades rurais e os campos de onde colhiam o bacuri.
Os trabalhadores (as) rurais, baseando-se nas práticas da agricultura familiar
como fonte de sobrevivência, tomaram consciência de que a luta pela terra,
mesmo que poderia ser uma batalha cerrada, valeria a pena -após conseguir tão
importante projeto seriam donos de seus próprios destinos. Aquelas terras eram
das associações, mas por falta de interesse não foi possível realizar o que realmente
queria: uma reforma agrária massiva com gente e desenvolvimento sustentável.
A ditatura da expropriação das terras
rurais do Baixo Parnaíba pelos setores do agronegócio é um problema social que
maltrata tanto as comunidades rurais quanto as fontes naturais do bioma
cerrado. A cada dia aparece caso de aviões pulverizadores que ateiam venenos
tóxicos nos campos de eucaliptos, gerando doenças nas pessoas e nos animais que
asseguram o equilíbrio do ambiente. As terras baixoparnaibenses são
concentradas em uma linha de ponta econômica que não pensa em perder essa
guerra de onde os trabalhadores rurais são vítimas desse impacto ecológico e
social. Precisa-se de informações que a coisa não é bem assim... os camponeses
são posseiros por tradição, os donos conhecedores da região do território que é
livre desde séculos bem remotos de nossa história.
José Antonio Basto
Militante dos Direitos Humanos
Email: bastosandero65@gmail.com
(98) 98890-4162
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