Carlos
Borromeu voltou a morar em Chapadinha no ano de 2001. Nessa época só havia três
assentamentos: Barroca da Vaca, Canto do Ferreira e Vila Pandoca. Os nomes que
as comunidades dão aos lugares, aonde vivem, tornam-se casos a parte. As
pessoas até esquecem os porquês dos nomes. Em recente visita a comunidade
quilombola Katucá, município de Bacabal, pelo projeto Ijé-Ofé, perguntou-se a
razão do nome. Quem disse que os moradores sabiam. Para alguns, descobrir as
origens de uma comunidade pelo nome parece perda de tempo. O nome não revela
nada. Ou revela? Um dos membros da família Bacelar reprovou o modo como Chico
da Cohab agia em relação a uma propriedade que pertencia a sua família. Os
Bacelar tratavam-na de Guarimã. Eles pensaram-na como sua reserva particular. Os moradores de Guarimã, juntos com Chico
da Cohab e o STTR de Chapadinha, requeriam a desapropriação da área pelo Incra.
Chico da Cohab relembrou que um funcionário da família Bacelar proibia a
comunidade de plantar sua roça. Esse funcionário sumiu, ninguém faz a menor
ideia de onde esteja, o Incra foi emitido na posse do Guarimã e os moradores
podem plantar sem recear qualquer infortúnio. Ele relembrou em sequencia os
dias em que a família Lyra encheu de fezes animais a cacimba na qual as famílias,
que moram no Veredão, abasteciam-se. A família Lyra dificultou ao máximo a vida
das famílias do Veredão com o intuito de vender a propriedade, cerca de quase
3.200 hectares de área medida e 400 hectares de sobra de terra. O Luiz
Goió, liderança do Veredão, ratifica a presença de bacurizeiros em toda a área.
O Incra desapropriou Veredão no ano de 2010 por força de decreto assinado pelo
então presidente Luis Inácio Lula da Silva. Um pouco antes das desapropriações,
o Chico da Cohab defendia a mudança do nome de Veredão para Vila Chapeu e de
Guarimã para Vila Januário porque as oligarquias locais sobreviveriam pelos
nomes, caso não houvesse mudança. Durante a comemoração da imissão de posse na
comunidade de Guarimã, Chico da Cohab engrandeceu dona Noca, antiga moradora do
Guarimã, que ajudou a luta pela desapropriação da área. Ele não se alegrou por
completo em sua apresentação. Assim como na fala dos representantes do STTR de
Chapadinha, as comunidades da Tiuba, cujo proprietário impede a saída e a
entrada de pessoas, e do Riacho da Cruz, cujos moradores se encontram presos
sem a análise do pedido de liberdade provisória por parte do juiz de Chapadinha,
também se fizeram presentes na fala do Chico da Cohab. Carlos Borromeu,
secretario de agricultura de Chapadinha, falou depois de Chico da Cohab. Ele se
apresentou como homem da reforma agrária e que intermedeia as negociações
quanto a desapropriação das terras da sua família. O processo mais recente é da
fazenda Caldeirão. A senhora Dulcilene, prefeita de Chapadinha, brincou que
ainda bem que não era sua parenta. De imediato, Borromeu respondeu que não era
parente, mas era vizinha.
mayron régis
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