(15/07/2014)A utilização de enorme quantidade de explosivos pelas empresas colocava em risco a comunidade quilombola
Apesar de as empresas exercerem atividade poluidora e significativamente degradante, consistente na extração mineral mediante uso de explosivos, o Maranhão deixou de fiscalizar as atividades, que foram irregularmente licenciadas, colocando em perigo membros da comunidade quilombola de Miranda, no município de Rosário.
Segundo laudos técnicos da defesa civil, a situação sugere a
incompatibilidade entre o exercício da atividade econômica e a
manutenção do modo de vida da comunidade quilombola, visto que entre as
consequências estão grandes crateras, supressão de vegetação e
utilização de enorme quantidade de explosivos próximos de local
ancestralmente ocupado pela comunidade.
O pedido de liminar consiste na suspensão das licenças ambientais
das empresas e na imediata paralisação das atividades de extração e
beneficiamento de granito ou outra substância mineral na área da
comunidade quilombola de Miranda. Além disso, o Maranhão deve se abster
de conceder novas licenças ou mesmo renovar as já existentes sem a
prévia exigência dos estudos respectivos EIA/Rima.
A Justiça Federal acolheu o pedido do MPF/MA para suspender a
eficácia das licenças ambientais concedidas aos empreendimentos de
mineração e beneficiamento localizados no Povoado de Miranda. A Justiça
Federal determinou também às empresas a imediata paralisação de suas
atividades minerárias, inclusive a de pesquisa mineral, em especial
aquelas desenvolvidas por meio de detonação por explosivos e o
transporte de rochas. Em caso de descumprimento, a multa diária é de R$
50.000,00.
Ainda, o Maranhão deve se abster na renovação ou concessão de novas
licenças para tal fim na localidade de Miranda, sem prévia exigência de
EIA/Rima, também sob pena de multa de R$ 50.000,00.
Assessoria de Comunicação
Procuradoria da República no Maranhão
Tel: (98) 3213-7100
E-mail:prma-ascom@mpf.mp.br
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