terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pesquisa do IFMA é primeiro lugar em Mostra Tecnológica Nacional

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Por Mariela Carvalho   
Seg, 30 de Setembro de 2013 12:50
Mostra 1A atuação de comunidades quilombolas, de universitários e professores resultou na pesquisa “Ciência, tecnologia e inovação para os microarranjos locais” desenvolvida pelo IFMA- Campus Codó. O trabalho foi o vencedor da Mostra Tecnológica. O evento reuniu 40 pesquisas dos Institutos Federais de todo o Brasil durante o “II Seminário Nacional de Inovação Tecnológica (Senitif)”, que terminou na última sexta, 27, em São Luis.

A comissão avaliadora da Mostra Tecnológica destacou que um dos méritos da pesquisa do Campus Codó é que ela conseguiu envolver a comunidade no processo de desenvolvimento de produtosinovadores. O trabalho tem como foco central a produção de alimentos a partir da farinha da junça, um tubérculo com diversas propriedades nutritivas.Mostra 2

Em segundo lugar ficou o trabalho “A confecção de instrumentos musicais como forma de promoção da economia criativa e empreendedora”, do Instituto Federal do Paraná e em terceiro, a pesquisa “Sensor de Gases em Óleo Transformador”, do Instituto Federal do Ceará.

Mostra 3
Por ter obtido o primeiro lugar na Mostra, o grupo de pesquisa do Campus Codó foi convidado pelo Ministério da Educação para apresentar seu trabalho na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que vai acontecer no período de 21 a 27 de outubro, em Brasília. “Estamos muito satisfeitos com esse resultado, porque ao vencer uma competição que envolvia trabalhos de toda a Rede Federal, o IFMA consolida seu compromisso com o desenvolvimento de pesquisa e inovação”, destacou a pró-reitora de pesquisa, pós-graduação e inovação do IFMA, Natilene Brito.

Inovação social

A junça utilizada na pesquisa é cultivada por comunidades quilombolas do município de Codó, que receberam capacitação e apoio técnico do grupo de pesquisa do IFMA para o plantio do tubérculo. “Nossa ideia foi trabalhar com a agricultura familiar, porque além de envolver a comunidade em nossa pesquisa, isso permitiria que a junça fosse cultivada de forma orgânica, sem o uso de agrotóxicos”, explicou o coordenador do projeto, Mariano Ibañez.

Mostra 4Após a colheita, a junça é transportada das comunidades para o Campus Codó, onde é processada e transformada em farinha. A partir daí, são produzidos alimentos como iogurte, macarrão, bolos, pães, biscoitos e bombons. Com o gosto semelhante ao da castanha de caju, a junça é rica em fibras e em vitamina E. Entre as suas propriedades estão a capacidade de reduzir o nível de colesterol, a facilidade de digestão e o efeito antioxidante (ameniza o envelhecimento).

A intenção dos pesquisadores é patentear o produto para que ele possa ser comercializado. A expectativa deles é que com a venda da linha de alimentos ocorra o fortalecimento da cadeia produtiva da junça em Codó. “Nós queremos que essa produção traga melhoria na qualidade de vida dos agricultores, que eles reconheçam seu potencial e possam ter uma visão empreendedora em relação ao cultivo da junça”, disse a estudante do curso de ciências agrárias, Karlene Fernandes, que integra o grupo de pesquisa.

O grupo de pesquisa do Campus Codó tem investido, também, em pesquisas para desenvolver produtos a base de vinagreira. Durante a Mostra Tecnológica foram expostas geléias feitas da folha e do cálice da vinagreira. Muito comum no Maranhão, a vinagreira é conhecida por ser a base de um dos pratos mais famosos da culinária do Estado: o arroz de cuxá.

A vinagreira é rica em vitamina A e em ferro e a ideia do grupo de pesquisa é dar uma vida útil maior a vinagreira, visto que ela perece rapidamente. Seguindo a proposta do grupo de pesquisa de desenvolver produtos orgânicos, a geleia de vinagreira utiliza a pectina do maracujá.

Prêmio

Mostra 5O grupo de pesquisa é formado por 12 alunos dos cursos superiores, por técnicos e professores do Campus Codó. O diretor do Campus, José Cardoso, ressaltou o papel positivo que a premiação terá para a instituição. “Em uma região distante dos grandes centros é mais difícil produzir pesquisa, mas esse prêmio mostra que é possível. Nós procuramos dar o apoio material necessário aos nossos professores e alunos e pretendemos investir ainda mais”, disse José Cardoso. “Parabenizo todos os participantes do grupo de pesquisa pelo excelente resultado que dá orgulho ao IFMA e, em especial, ao Campus Codó”.

Além do IFMA, a pesquisa “Ciência, tecnologia e inovação para os microarranjos locais” tem o financiamento do Programa de Educação Tutorial (PET) e do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid).

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