No final e
julho de 2013, reuniram-se no Incra representantes da comunidade de São
Raimundo, município de Urbano Santos, o senhor Evandro Loeff, proprietário a
área, seu advogado, o senhor José Inácio Rodrigues, superintendente do Incra, o
senhor Lucilio, do setor de obtenção de terras do Incra, Diogo Cabral, advogado
da Fetaema, e Mayron Régis, jornalista e assessor do Fórum Carajás. Com essa
reunião, o Incra pretendia destravar o processo de desapropriação da fazenda
São Raimundo que se encontrava paralisado por obra de uma liminar da justiça
federal que o proprietário obtivera em 2010. O superintendente José Inácio
encaminhava a reunião na tentativa de formalizar um acordo. Durante a conversa,
o advogado do senhor Loeff informou aos demais participantes da reunião que a
justiça federal anulara todo o processo de desapropriação numa decisão recente.
Com essa informação, o senhor Loeff e o seu advogado talvez esperassem que o
Incra e a comunidade desistissem da desapropriação e aceitassem uma doação de
200 hectares. O superintendente do Incra discordou da proposta. Avaliava que
200 hectares era muito pouco para uma comunidade de mais de 50 familias e que
caso concordasse com a proposta o Tribunal de Contas da União poderia
questiona-lo sobre seu ato administrativo. A fala do superintendente
demonstrava que o Incra continuava interessado na desapropriação da área e que
caso se confirmasse a decisão da justiça federal o órgão procederia com uma
nova vistoria no imóvel. O jornalista Mayron Régis perguntou ao advogado se
realmente ele acreditava que 200 hectares manteriam mais de 50 familias em
situação digna. Ele respondeu que não era problema deles. Depois, em conversa
com o advogado Diogo Cabral, Mayron Régis comentou que diferente da comunidade de
São Raimundo que era acompanhada pelo Fórum Carajás, pela Fetaema e pela SMDH,
outras tantas comunidades não tinham a menor chance num confronto com um
proprietário ou com uma empresa pela falta de acompanhamento jurídico ou
acompanhamento politico. As comunidades do Pólo Coceira, município de Santa
Quitéria, poderiam ter sucumbido a pressão da Suzano ou de um plantador de soja
com aval da Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão. Depois de resistir a
Suzano, as comunidades resistem ao senhor Claudio Martelli, plantador de soja
do Mato Grosso, que tenta grilar mais de 1000 hectares dentro dos povoados de São
José e Lagoa das Caraíbas. As terras do pólo Coceira (Coceira, Baixão da
Coceira, São José e Lagoa das Caraíbas) estão sendo regularizadas pelo Iterma
num processo que se iniciou em 2009. As comunidades sabem direitinho que a
documentação do senhor Claudio Martelli foi forjada pelo senhor Chico Zulmira
famoso grileiro da região.
Mayron Régis
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