segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Pesquisa da Fundaj discute transformações no Maranhão

Pesquisador e fotógrafa foram conhecer a realidade das cidades de São Luís, Imperatriz e Açailândia

Publicado em 16/10/2013, às 08h40


Adriana Guarda

O sociólogo Maurício Antunes e a fotógrafa Gleide Selma embarcaram, literalmente, no trem de ferro para entender o trem da história. Integrantes da pesquisa Nordestes Emergentes, realizada pela Fundação Joaquim Nabuco, eles rumaram para o Maranhão com a missão de acompanhar as transformações nas cidades de Açailândia, Imperatriz e São Luís, diante da “descoberta” da região por gigantes dos setores de mineração, siderurgia, agronegócios e papel e celulose. 


“Essas indústrias chegam e impõem uma realidade econômica e social. Existe um novo Nordeste no Maranhão, mas ao mesmo tempo é mais do mesmo. São novas atividades para a região, mas que estão presentes globalmente com os mesmos sistemas de produção. Os Nordestes Emergentes que encontramos são os das pessoas que fazem parte desse novo contexto, mas que gritam para que o crescimento econômico não destrua o meio ambiente, os direitos humanos e a cultura nativa”, alerta Antunes. 


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Conhecido como Trem da Vale, o transporte faz percurso entre Parauapebas (PA) e São Luís (MA).
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O pesquisador aponta Açailândia como exemplo de cidade onde essa voz emergente soa mais forte. Criado oficialmente em 1981 (há 32 anos), o município assistiu a um acelerado avanço econômico. Tem hoje o terceiro PIB do Estado e o maior PIB per capita entre os municípios maranhenses. No distrito industrial de Piquiá estão instaladas cinco siderúrgicas. Segunda maior mineradora do mundo a Vale está na região. Em 87, no governo Sarney, a empresa foi obrigada a disponibilizar um trem público de passageiros. Hoje ele está privatizado, mas continua sendo uma importante linha de integração entre Parauapebas (PA) e São Luís. 
Além das mineradoras, a região também terá a segunda maior planta de papel e celulose do mundo, da Suzano (em construção), em, Imperatriz. “Áreas de mata amazônica sumiram para dar lugar ao eucalipto, usado como madeira nos fornos das siderúrgicas e como matéria-prima para a indústria de papel e celulose. Por isso a existência de muitas carvoarias”, observa. 
“Ficamos impressionadas com a pureza daquelas pessoas, que lutam pelo direito de viver bem ali onde nasceram”, diz Gleide Selma. A fotógrafa dividiu seu material em seis ensaios. Um deles foi batizado de “Vozes emergentes” com representantes de cooperativas de ex-prostitutas e ex-trabalhadores escravos.

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