NOTA DE ESCLARECIMENTOS À SOCIEDADE E A IMPRENSA
A Associação União das Aldeias
Apinajé-PEMPXÀ, vem a público esclarecer à sociedade, a imprensa e aos demais
interessados sobre a questão que trata da pavimentação asfáltica da rodovia
TO 126, num trecho de aproximadamente 30 km dentro da área Apinajé, entre os
municípios de Tocantinópolis e Maurilândia no Norte do Estado do Tocantins.
Informamos que, nunca pedimos , assinamos
ou concordamos que essa obra seja construída dentro da área indígena de qualquer
jeito; sem os devidos EIA-Estudos de
Impacto Ambiental e o RIMA-Relatório de Impacto Ambiental. E em nosso
entendimento cabe os Órgãos Ambientais IBAMA, MPF-TO e FUNAI, conduzir,
coordenar e realizar esse processo de licenciamento. E não os politiqueiros,
mercenários e picaretas interessados em levar vantagens nas próximas Eleições
de 2014. Sendo que nenhuma pessoa ou movimento pode sair por ai falando em nosso nome, pois
temos nossa própria organização que nos representa e pode se manifestar em nome do povo Apinajé.
No caso do projeto de asfaltamento TO-126,
que corta uma Terra Indígena Apinajé, temos impedimentos legais previstos em lei que devem ser observados. E nosso
povo temos direitos à consulta; livre, prévia e informada. Deverão também ser
realizadas Audiências Públicas com participação de representantes da sociedade
civil; especialmente da Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ, legítima representante do povo
Apinajé, que são os mais prejudicados à médio e longo prazo.
É importante ressaltar que temos as Leis Ambientais em vigor no País que
devem ser cumpridas e respeitadas por todos; enquanto cidadãos, temos
direitos
e deveres. Outra coisa, o Brasil é signatário de Acordos e Tratados
Internacionais; como a Convenção 169 da OIT e a Declaração da
ONU Sobre os Direitos dos Povos Indígenas. Essas leis existem, não são
falsas e nem são invenção de indigenista ou ambientalista. Portanto
devem ser respeitadas pelas
autoridades e pelos cidadãos brasileiros. Cabendo ao empreendedor
cumprir o que
determina a Lei.
Queremos deixar claro que nosso território já é muito impactado por
grandes empreendimentos da iniciativa privada e dos governos Estadual e Federal
e essa é mais uma obra que pretendem fazer de qualquer jeito, o que não
concordamos. No caso da pavimentação da TO 210, trecho entre o povoado
Passarinho e o Trevo da Transamazônica, não foram realizados o EIA-RIMA e os
políticos fizeram um monte de promessas verbais que nunca foram cumpridas.
Conforme foi divulgado pela
imprensa o Movimento Popular Organizado-MPO, entregou abaixo-assinado com mil
duzentas e uma assinaturas ao Governador Siqueira Campos pedindo a pavimentação
da rodovia TO- 126. O que é uma
reivindicação legitima do povo. Por outro lado esse movimento assume o caráter de
uma mobilização política eleitoreira promovida por políticos com a finalidade
de usar o povo, criar confusão e tumultuar o processo que trata dessa obra.
Não somos atrasados e nem contra o desenvolvimento, porém é aceitável
que a tudo seja feito de acordo com a Lei e respeitando a decisão de nosso povo
historicamente agredido e oprimido nessa região.
uniãodasaldeiasapinaje
Terra Indígena Apinajé, 22 de novembro de 2013.
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