O
Deuzim pretende passar os meses do inverno na Chapada. Há quem sonhe com isso. Há
quem veja o sonho por sobre a vida. A Chapada dorme? A Chapada sonha? As
comunidades da Coceira, do Baixão da Coceira, Lagoa das Caraíbas e São José
escolheram a Chapada e não seus algozes como a Suzano Papel e Celulose ou o
Gilmar Locatelli. A que reino pertencem os algozes? A que reino pertencem as
suas mentiras deslavadas? Áreas em Santa Quitéria, Anapurus, Brejo e Milagres correspondem
a um reino em que a disputa dificilmente se encerra. A disputa ora se instala
na Chapada, ora se instala nos tribunais. A Suzano Papel e Celulose e o Gilmar
Locatelli assumem a primazia dos conflitos e como tal só descansam quando o
último dos seus adversários se render.
A
disputa que a Suzano trava com as comunidades do Polo Coceira atende por um
nome e por uma letra: Gleba C. O estado do Maranhão arrecadou esse território
de mais de 13 mil hectares no ano de 1983. O documento de arrecadação cita as
comunidades de Barra da Onça, Sucupira, Veado Branco e Coceira. Uma certidão negativa de 2009 certifica a inexistência
de qualquer documento de propriedade na Gleba C. Na verdade, existem quatro
títulos concedidos pelo Iterma em 2009 na comunidade Coceira a pessoas
desconhecidas para seus moradores. Os titulados venderam rapidamente para o
Gilmar Locatelli. Tudo saiu de forma rápida, criticaram os representantes da
SMDH e do Fórum Carajás, diferente do que, geralmente, acontece com as
comunidades no Baixo Parnaiba que levam anos para obter qualquer beneficio da
parte do Estado. Esses títulos correspondem a mais de trezentos hectares que o
Gilmar Locatelli averbou como reserva legal de alguma propriedade que desmatara
totalmente. Com a área arrecadada, o Iterma se comprometeu em entregar os
títulos de Coceira e de Baixão da Coceira até o final de 2012.
Mayron Régis
Nenhum comentário:
Postar um comentário