Por Romulo Gomes
Seg, 30 de Janeiro de 2012 17:33
Alunos
do curso técnico em Agropecuária, oferecido pelo Campus Maracanã por
meio do Sistema e-Tec Brasil no pólo de Brejo, traçaram um panorama da
produção rural no município. As pesquisas foram apresentadas neste
domingo (29), em seminário sobre o tema “A importância da Agropecuária
para o desenvolvimento econômico, qualidade de vida e sustentabilidade
ambiental no município de Brejo/MA”.
Com enfoque na “Horta caseira: a
importância das hortaliças na qualidade de vida do município de Brejo”, a
primeira equipe mostrou que esse tipo de produção tem sido pouco
utilizado pelos brejenses. Essa situação, segundo os alunos, deve ser
revertida, já que da horta podem sair alimentos mais saudáveis (livres
de agrotóxicos) e ainda uma renda extra. O espaço que existir na própria
casa pode ser aproveitado, inclusive nas varandas de apartamentos.
Mesmo sendo caseira, a construção e a
manutenção da horta precisam ser planejadas. O pequeno produtor deve
anotar, por exemplo, o dia em que plantou cada espécie, o tamanho de
cada planta, o tempo ideal para transplantio e o manejo a ser realizado.
Esses cuidados vão garantir hortaliças de qualidade. Há ainda tipos
diferentes de cultivo, de acordo com as estações do ano. Ao inverno, são
mais adaptadas as culturas de batata, rúcula, couve-flor e alface; no
verão, podem ser cultivados a batata doce, feijão de vargem, abóbora,
melancia, cebolinha e pepino.
A
segunda equipe, por sua vez, apresentou dados sobre o tipo de cultura
mais forte da região: a caprinocultura, destacando raças, alimentação e
manejo sanitário. Brejo é o município número dois em produção de
caprinos e ovinos, no Baixo Parnaíba. As raças mais criadas são a
Dorper, Cariri, Saanen, Boer e Anglo-nubiana. Entre elas, aparecem raças
com maior potencial para a produção de leite, como a Saanen, mas a
principal vocação local é para a carne. Também são aproveitados pêlo e
pele.
Na
alimentação dos caprinos, os produtores usam vegetação nativa
(brachiária, jitirana e sabiá – conhecida como unha de gato), além de
complexo mineral. A dieta é complementada com farelo de milho ou trigo.
No que se refere à saúde dos animais, a podridão de casco é um dos
problemas mais frequentes. Para resolver, os alunos da equipe indicaram a
instalação, na entrada do aprisco, de pedilúvio (espécie de caixa
contendo sal de zinco – mais apropriado no inverno – ou cal –
recomendado para o verão).
Fruticultura e fertilização orgânica
O
tema “Fruticultura: o pomar doméstico como forma de alimento e renda
familiar no município de Brejo” foi exposto pela terceira equipe. Na
pesquisa, os alunos constataram que o cultivo de frutas ainda é
incipiente na região. As espécies nativas, como o bacuri e piqui, ainda
são as mais produzidas.
Essa
realidade, na opinião dos estudantes, pode ser modificada com a
implantação de pomares domésticos. As frutas serviriam como fonte
alternativa de renda, e sua utilização ainda geraria, de acordo com os
alunos-pesquisadores, maior consciência de sustentabilidade. Para eles,
quem depender das árvores frutíferas vai querer preservá-las.
Encerrando
as apresentações, a quarta equipe falou sobre “A fertilização orgânica e
o controle alternativo de pragas e doenças nas hortaliças no município
de Brejo”. No levantamento feito, os alunos perceberam que o esterco e a
palha de arroz são bastante utilizados como adubos orgânicos.
Os
estudantes foram além da proposta de investigar os defensivos usados no
município para combater pragas. Eles improvisaram um laboratório e
criaram fórmulas contra insetos e fungos. Da mistura de erva cidreira,
alecrim, arruda e mata pasto, conseguiram um inseticida que combate
mosca branca e saúva. Os alunos reconhecem que os experimentos ainda
precisam ser mais testados. Eles inventaram também uma armadilha com
isopor, lâmpadas coloridas e um grude feito com goma de mascar e extrato
de jaca.
Os
trabalhos foram avaliados pelas coordenadoras do e-Tec Brasil no Campus
Maracanã, Jandira Pereira e Lucimeire Amorim, pelo professor José
Zenóbio de Souza e pelo técnico em Agropecuária, Antônio Anísio
Pinheiro. Acompanharam as atividades o diretor geral do campus,
Vespasiano de Abreu da Hora, a coordenadora pedagógica, Kieive Melo, e o
coordenador do pólo de Brejo, Pedro Diniz.
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