Os agroextrativistas
de Minas Gerais estão pagando muito caro pelos desmandos ambientais
provocados pelo avanço das grandes fazendas e corporações sobre os
cerrados, a mata seca e caatinga de Minas Gerais. Sob a conveniência dos
governos de Minas Gerais e União, projetos, programas e empreendimentos
financiados com recursos públicos nacionais e internacionais, pelo
BNDS, vem provocando enormes impactos ambientais e sociais sobre as
populações que, historicamente, aprenderam a conviver com estes
ecossistemas de forma muito mais sábia.
Os participantes do Fórum de
Desenvolvimento Sustentável do Norte de Minas reunidos nos dias 16 e 17
de agosto na cidade de Montes Claros relataram os enormes dramas que vem
as comunidades rurais, povos e comunidades tradicionais vem enfrentando
em função dos grandes empreendimentos associados à mineração de ouro e
ferro, do avanço das monoculturas de eucalipto, dos grandes projetos de
pecuária, irrigação e barragens que encontram guarida no licenciamento
ambiental da destruição dos ecossistemas. A repercursão é visível pois
muitas nascentes, córregos e rios estão se acabando. A contaminação por
agrotóxicos pulverizados com aviões, agora também pelas empresas de
eucalipto, estão contaminando águas e comunidades com suas nuvens de
veneno.
Em Minas Gerais há mais de 10 anos
comunidades agroextrativistas entraram com solicitação para criação de 5
Reservas Extrativistas nos municípios de Rio Pardo de Minas, entre
estas as do Areião Vale do Guará nos municípios de Montezuma, Rio Pardo
de Minas e Vargem Grande do Rio Pardo e a Resex Tamanduá no município de
Riacho dos Machados. No entanto, a morosidade das ações do ICMBio na
criação destas RESEX estimulam a ganância dos que promovem a destruição
no estado de Minas Gerais. Desmatamentos clandestinos são realizados,
lideranças locais são ameaçadas, licenciamentos são aprovados sem
considerarem a enorme necessidade das comunidades que vivem no entorno
destas áreas.
Neste sentido viemos cobrar do Governo Federal:
A imediata criação das Resex de Minas
Gerais que encontram-se tramitando no ICMBio e na Casa Civil (Resex
Areião Vale do Guará cujo processo já encontra-se finalizado);
Que sejam suspensos de imediato pela
SEMAD todos os licenciamentos nas áreas de abrangência das RESEX
Tamanduá e Areião Vale do Guará;
Que sejam contratados imediatamente os estudos fundiários da RESEX Tamanduá seguido da realização de consulta pública.
Norte de Minas Gerais, agosto de 2012
Assinam:
Fórum do Desenvolvimento Sustentável do Norte de Minas
Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas
Cáritas Regional Minas Gerais
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Pardo de Minas
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Riacho dos Machados
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Varzelandia
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capitão Enéas
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha
Comissão Pastoral da Terra
Cáritas Arquidiocesana Diocesana de Montes Claros
Cooperativa Agro-extrativista Grande Sertão
Cáritas Diocesana de Januária
Esquel
Prosama
Rede de Comunicadores Populares do Semiárido Mineiro
Associação Sub-bacia Rio dos Cochos – ASSUSBAC
Associação Casa de Ervas Barranco de Esperança e Vida – ACEBEV
Comissão da Agrobiodiversidade do Norte de Minas
Comissão Rosalino de Povos e Comunidades Tradicionais
Pólo Regional Montes Claros – FETAEMG
Associação Coletivo de Mulheres Organizadas do Norte de Minas
Associação dos Agricultores Familiares do Município de Riacho dos Machados
Grupo Agroextrativista do Cerrado
Associação de Proteção e Apoio as Crianças – APAC
Associação Unidos pela Vida Vencendo Juntos Norte de Minas- AUVENOR
A Articulação Popular São Francisco Vivo também assina essa moção, gentileza incluir.
ResponderExcluir