Do Jornal Estudantil
Na edição do mês de maio, a equipe do JE (economia) retratou
os impactos causados pela estiagem na economia anapuruense. Após a referida
matéria, o JE, com o objetivo de trazer dados mais detalhados sobre os
prejuízos ocasionados pela atual situação climática, foi em busca de mais
informações. Para isso, o Jornal iniciou pesquisas para fazer o levantamento
dos estragos causados pela seca.
O Município, situado na região leste
maranhense, foi assolado por ausência de precipitações pluviométricas superior
a 70 dias, sendo registrado para o período 327,8 mm, o que corresponde a 46% da
média histórica para os meses de janeiro, fevereiro e março na região a qual é
de 709 mm. Tal fenômeno ocasionou o desastre denominado Estiagens de
codificação NE. SES12.401. A área mais afetada foi a zona rural, e dentre os
vinte e nove povoados anapuruenses afetados destacamos: Claúdio, Bandeira,
Japão, Jiboia, Lagoa do Cigano, Angical, Água Rica e Bebedouro III.
A equipe do JE entrevistou novamente a senhora
Sâmia Marques – a qual está diretamente envolvida com a produção de soja no
Município para que fossem repassadas aos leitores mais informações sobre os
danos que os produtores obtiveram com a escassez de chuva. “Na verdade, a
colheita já acabou, e o resultado de cada produtor, numa média, por causa da
falta de chuva, é cerca de 60% a 70% de prejuízos que os produtores vão ter”,
descreve a entrevistada.
No ano de 2011, cerca de mil pessoas se cadastraram no
programa “Garantia Safra”, mas somente 912 serão beneficiadas neste ano. Com
previsão para o final do mês de junho para a liberação dos valores, essas
pessoas irão receber um total de R$680,00(seiscentos e oitenta reais) para
minimizar os danos que foram ocasionados pela seca. Procuramos entrevistar
algumas pessoas cadastradas no programa Garantia Safra, mas não foi possível
obter muitas informações.
A equipe do JE conversou com o Sr. José de Ribamar
Oliveira, que é secretário municipal de agricultura e abastecimento, o qual nos
informou sobre os impactos nos setores da economia. “Houve perda em torno de
70% das áreas de soja, totalizando 16.989 t, a um custo de R$900,00 a tonelada,
sendo 8090 hectares plantados com expectativa de produção de 24.270 toneladas.
As lavouras de arroz atingiram perdas aproximadas de 90%, perfazendo 6.480 t, a
um custo de R$600,00 a tonelada, sendo plantado em média de 3000 hectares, com
expectativa de produção de 7200 toneladas. O milho plantado houve perda de 70%
com um total de 1008 t, a um custo de R$600,00 por tonelada, com uma área
plantada de 400 hectares, com produção esperada de 1440 toneladas. Na área de
mandioca plantada houve perdas estimadas de 70%, totalizando 25200 t, a um
custo de R$250,00 por tonelada, sendo uma área plantada de 2000 hectares, com
produção esperada de 36000 toneladas”. A base da economia anapuruense é a
agricultura, tendo orçamento municipal aprovado para o ano de 2012, no valor de
R$19.477.089,00, possuindo arrecadação para o ano de 2011 no valor de
R$501.097,86, e PIB no valor de R$66.123.000.00, sendo que o total de produção
deste ano de 2012 foi de R$49.677 t, e os prejuízos foram no total de
R$26.089.900,00. “Em virtude do desastre, foi realizado o levantamento dos
danos e prejuízos, e também acionada a Coordenadoria Estadual de defesa Civil”,
descreve o entrevistado.
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