sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Comissão de Direitos Humanos debate com a Vale e a Suzano questões fundiárias em Miranda do Norte e Vila Nova dos Martírios


Da Assecom Dep. Bira
Em uma reunião extraordinária da Comissão de Direitos Humanos, na manhã desta sexta-feira (17), o deputado Bira do Pindaré (PT) recebeu representantes da empresa Vale, da Suzano e do povoado Cariongo, em Miranda Norte.
Durante o debate, na Sala de Comissões, foram colocados em pauta assuntos relacionados a questões fundiárias e desapropriação de terras nas cidades de Vila Nova dos Martírios e Miranda do Norte.
O problema em Miranda é a duplicação da Ferrovia Carajás. A empresa Vale, administradora da estrada de ferro, comprometeu-se em repassar o aporte financeiro a associação para a construção de novas casas para os moradores da comunidade. Algumas casas ficam a menos de 4 metros da linha férrea.
No convênio firmado entre comunidade, Prefeitura e Vale ficou acertado que as novas casas seriam construídas a uma distância de 100 metros da linha do trem e que o dinheiro seria repassado para a comunidade após o período eleitoral. A supervisão da obra ficaria por conta da Prefeitura Municipal.
Na comunidade de Cariongo existem 62 casas de alvenaria e 40 casas de taipa, totalizando mais de 400 pessoas. Segundo Careca, o representante da comunidade, as pessoas sofrem há mais de 20 anos pela falta de assistência, o barulho e a danificação das casas provocadas pela passagem do trem.
“Não temos qualidade de vida. A alta freqüência dos trens provoca morte de nossos animais, de pessoas. O trem fica dias parados impedindo a circulação das pessoas”, protestou.
Os encaminhamentos do caso de Vila Nova dos Martírios ficaram comprometidos, pois nenhum representante das comunidades afetadas pôde comparecer a reunião. Representantes da Suzano apresentaram o relatório das ações da empresa na área desde 2009.
O povoado “Deus proteja”, localizado as margens do Rio Tocantins, é o mais afetado pela expansão da plantação de eucalipto financiada pela Suzano. A área ocupada pela comunidade foi cedida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e pertence à Marinha Brasileira.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Bira, encerrou a reunião otimista com a solução dos impasses e afirmou que as comunidades precisam ser respeitadas. “Tenho a certeza que e os grandes empreendimentos não trouxeram o progresso prometido ao Maranhão. Somos o Estado mais pobre do Brasil e os grandes projetos que chegaram aqui não mudaram esta triste realidade”, concluiu.  

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