Da Assecom Dep. Bira
Em
uma reunião extraordinária da Comissão de Direitos Humanos, na manhã
desta sexta-feira (17), o deputado Bira do Pindaré (PT) recebeu
representantes da empresa Vale, da Suzano e do povoado Cariongo, em
Miranda Norte.
Durante
o debate, na Sala de Comissões, foram colocados em pauta assuntos
relacionados a questões fundiárias e desapropriação de terras nas
cidades de Vila Nova dos Martírios e Miranda do Norte.
O
problema em Miranda é a duplicação da Ferrovia Carajás. A empresa Vale,
administradora da estrada de ferro, comprometeu-se em repassar o aporte
financeiro a associação para a construção de novas casas para os
moradores da comunidade. Algumas casas ficam a menos de 4 metros da
linha férrea.
No
convênio firmado entre comunidade, Prefeitura e Vale ficou acertado que
as novas casas seriam construídas a uma distância de 100 metros da
linha do trem e que o dinheiro seria repassado para a comunidade após o
período eleitoral. A supervisão da obra ficaria por conta da Prefeitura
Municipal.
Na
comunidade de Cariongo existem 62 casas de alvenaria e 40 casas de
taipa, totalizando mais de 400 pessoas. Segundo Careca, o representante
da comunidade, as pessoas sofrem há mais de 20 anos pela falta de
assistência, o barulho e a danificação das casas provocadas pela
passagem do trem.
“Não
temos qualidade de vida. A alta freqüência dos trens provoca morte de
nossos animais, de pessoas. O trem fica dias parados impedindo a
circulação das pessoas”, protestou.
Os
encaminhamentos do caso de Vila Nova dos Martírios ficaram
comprometidos, pois nenhum representante das comunidades afetadas pôde
comparecer a reunião. Representantes da Suzano apresentaram o relatório
das ações da empresa na área desde 2009.
O
povoado “Deus proteja”, localizado as margens do Rio Tocantins, é o
mais afetado pela expansão da plantação de eucalipto financiada pela
Suzano. A área ocupada pela comunidade foi cedida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e pertence à Marinha Brasileira.
O
presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Bira, encerrou a
reunião otimista com a solução dos impasses e afirmou que as comunidades
precisam ser respeitadas. “Tenho a certeza que e os grandes
empreendimentos não trouxeram o progresso prometido ao Maranhão. Somos o
Estado mais pobre do Brasil e os grandes projetos que chegaram aqui não
mudaram esta triste realidade”, concluiu.
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