quinta-feira, 7 de junho de 2012

Professor processado por César Pires por calúnia diz que denúncia partiu de entidades

O blogdoacelio entrevistou o professor, Mário Sérgio Moreira de Queiroz, que está incluído entre os réus de um processo que apura crime de calúnia e difamação movido pelo deputado estadual César Pires, à quem as ofensas teriam sido dirigidas.
Prof. Mário Sérgio
O que ocasionou o litígio, que também envolve mais dois moradores de Santa Maria, identificados como Pedro César e Manoel do Fofo, segundo já explicou ao blog o próprio deputado, foram denúncias de desmatamento ilegal na localidade Santa Maria, levadas ao conhecimento do grande público pelo vereador, Chiquinho do Saae, presidente de Comissão de Meio Ambiente, no uso da tribuna da Câmara.
“NÃO SOU O DENUNCIANTE”
O professor afirmou que César Pires cometeu um engano porque os autores da denúncia não são os que aparecem no processo e sim a Associação de Moradores (Pequenos produtores) das comunidades prejudicas (Santa Maria, Bom Jesus/Jerusalém e Tamburí), o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar e a Comissão Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica.
Primeiramente, o deputado César Pires se equivocou dizendo que eu fiz denúncia caluniosa, o Pedro César e o Manoel do Fofo. Mas, assim, eu mesmo nunca fiz nenhuma denúncia dele, é a própria associação de moradores, é a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e o SINTRAF – Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar – que estão fazendo a denúncia”, disse completando
“Eu conheço a história porque moro lá na região, sou professor e há muito tempo ocupando, então nós como educadores do campo temos que defender a vida”, frisou
GARANTIR DIREITOS
Mário Sérgio explicou que os moradores pediram apenas para parar com a derrubada de palmeiras de Babaçu. Na atualidade, por causa da união dos moradores, o trabalho, repudiado,  parou. ”Parou, o povo está unido e aguardando o procedimento das autoridades competentes”, completou
DESAPROPRIAÇÃO
As famílias já enviaram um pedido de desapropriação ao INCRA em 2006, mas até hoje nunca foi atendido. Prova disso é que a vistoria na área, ato inicial para saber se a fazenda é produtiva (o que evita a desapropriação), nunca foi feita.
“Desde 2006 foi encaminhado ao INCRA o pedido de vistoria para o processo da reforma agrária. O processo está hoje, no setor quilombola, segundo o INCRA, segundo informação do SINTRAF e a comunidade está aguardando a visita para dá início à reforma agrária”, explicou
Para o professor, a área é formada por remanescentes de quilombos e é como tal que a reivindicação está sendo feita.
“Eles estão reivindicando a desapropriação da área, através do reconhecimento de território de quilombo, já que é uma área quilombola e as famílias que lá moram, nasceram lá, seus antepassados nasceram e foram enterrados e eles querem apenas defender seu direito de moradia”, disse
 DE QUEM É A TERRA?
Sobre a afirmação de César Pires de que a terra em questão não lhe pertence, Mário Sérgio disse que isso surpreendeu á todos os lavradores que aguardam o aparecimento do verdadeiro dono, então, para conversar a respeito de seus objetivos.

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