O blogdoacelio
entrevistou o professor, Mário Sérgio Moreira de Queiroz, que está
incluído entre os réus de um processo que apura crime de calúnia e
difamação movido pelo deputado estadual César Pires, à quem as ofensas
teriam sido dirigidas.
O que ocasionou o litígio, que também
envolve mais dois moradores de Santa Maria, identificados como Pedro
César e Manoel do Fofo, segundo já explicou ao blog o próprio deputado,
foram denúncias de desmatamento ilegal na localidade Santa Maria,
levadas ao conhecimento do grande público pelo vereador, Chiquinho do
Saae, presidente de Comissão de Meio Ambiente, no uso da tribuna da
Câmara.
“NÃO SOU O DENUNCIANTE”
O professor afirmou que César Pires
cometeu um engano porque os autores da denúncia não são os que aparecem
no processo e sim a Associação de Moradores (Pequenos produtores) das
comunidades prejudicas (Santa Maria, Bom Jesus/Jerusalém e Tamburí), o
Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar e a Comissão
Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica.
“Primeiramente, o
deputado César Pires se equivocou dizendo que eu fiz denúncia caluniosa,
o Pedro César e o Manoel do Fofo. Mas, assim, eu mesmo nunca fiz
nenhuma denúncia dele, é a própria associação de moradores, é a CPT
(Comissão Pastoral da Terra) e o SINTRAF – Sindicato dos Trabalhadores
da Agricultura Familiar – que estão fazendo a denúncia”, disse
completando
“Eu conheço a história porque moro lá na
região, sou professor e há muito tempo ocupando, então nós como
educadores do campo temos que defender a vida”, frisou
GARANTIR DIREITOS
Mário Sérgio explicou que os moradores
pediram apenas para parar com a derrubada de palmeiras de Babaçu. Na
atualidade, por causa da união dos moradores, o trabalho, repudiado,
parou. ”Parou, o povo está unido e aguardando o procedimento das
autoridades competentes”, completou
DESAPROPRIAÇÃO
As famílias já enviaram um pedido de
desapropriação ao INCRA em 2006, mas até hoje nunca foi atendido. Prova
disso é que a vistoria na área, ato inicial para saber se a fazenda é
produtiva (o que evita a desapropriação), nunca foi feita.
“Desde 2006 foi encaminhado ao INCRA o
pedido de vistoria para o processo da reforma agrária. O processo está
hoje, no setor quilombola, segundo o INCRA, segundo informação do
SINTRAF e a comunidade está aguardando a visita para dá início à reforma
agrária”, explicou
Para o professor, a área é formada por remanescentes de quilombos e é como tal que a reivindicação está sendo feita.
“Eles estão reivindicando a
desapropriação da área, através do reconhecimento de território de
quilombo, já que é uma área quilombola e as famílias que lá moram,
nasceram lá, seus antepassados nasceram e foram enterrados e eles querem
apenas defender seu direito de moradia”, disse
DE QUEM É A TERRA?
Sobre a afirmação de César Pires de que a
terra em questão não lhe pertence, Mário Sérgio disse que isso
surpreendeu á todos os lavradores que aguardam o aparecimento do
verdadeiro dono, então, para conversar a respeito de seus objetivos.
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