O deputado Antônio
Pereira anunciou na Assembleia um projeto de compensação social da Vale
em favor de cerca de 100 famílias de Vila Nova dos Martírios, expulsas
de terras onde praticavam agricultura de subsistência. O conflito
envolve a Suzano Papel e Celulose, um gigante do setor que se instalou
no Maranhão e volta e meia se vê envolvida em conflitos no campo. O
editorial abaixo registra relatório da Comissão Pastoral da Terra que
identifica a ocorrência de 224 conflitos no campo em 2011.
Não
temos conhecimento do exato teor do projeto de compensação social, mas
entendemos que ressurgimento dos conflitos, da pistolagem e a elevação
do trabalho escravo, que colocam o Maranhão na liderança das tragédias
no campo, estão solidamente ligados à presença de grandes
empreendimentos no Maranhão. Por enquanto, estamos revisando as
consequências, sem atacar as causas desses conflitos. E há gente
morrendo por conta deles. Foram seis mortos no campo somente este ano.
A dívida social do Maranhão com o homem do campo é, provavelmente,
imensurável e, embora se entenda que um projeto de compensação social é
um paliativo aceitável, preferimos não retornar ao tempo em que quase
todos os dias lavradores eram expulsos de suas terras, em que lideranças
rurais habitavam mais a cadeia e o cemitério que suas residências.
Residências que, diga-se de passagem, tombavam constantemente sob o peso
de tratores, com anuência do poder público, ajuda da polícia e omissão
da Justiça. Durante mais de meio século, os lavradores do Maranhão foram
vítimas do terror de empresas agropecuárias e grileiros e muitas
fortunas foram construídas a partir de falsificações cartoriais. “Terra
para quem trabalha nela”. Não podemos continuar afiançando a violência e
a especulação.
(JM Cunha Santos)
domingo, 3 de junho de 2012
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Eu tenho pra mim o seguinte..
ResponderExcluirSe o morador foi expulso pela Suzano, ou pela Vale é porque não eram donos das terras, se não eram donos, não deveriam estar ali, se estavam deveriam se retirados para que os verdadeiros donos façam o que bem entender(Dentro da legalidade é claro) com sua propriedade.
Se tem grande agricultor matando gente, deve ser julgado pela Lei e pela Justiça..
O que acontece na maioria das vezes, é que aproveitadores invadem a terra alheia, depois dizem ser suas, quando são retirados, querem compensação..
PRA MIM É UM DESPARATE, UMA FALTA DE PROPÓSITO..
Quer terra..??? Vai comprar..??