O
caminho, elocubrava-se. A chuva se
revirava sobre as comunidades do Pólo Coceira. Com a chuva a noite se
escurecera mais do que o costume. As pessoas se consternaram com a
possibilidade da chuva se repartir em várias. O cenário se multiplicara em dois
ou mais números. Eles saíram da comunidade de Vertentes e nada viam além da
escuridão. O que eles andavam atrás se anunciava? Na Chapada os caminhos se
desvariam e algo naquela chuva os empurrava noite adentro sem que soubessem em
que haviam se metido.
O
povoado de Vertentes dista uns quarenta e poucos quilômetros da sede do município
de Santa Quitéria, Baixo Parnaiba maranhense, que se limita com os municípios de
Brejo, Milagres, Anapurus, Santana, São Bernardo, Barreirinhas, Tutóia e Paulino
Neves.
As
oligarquias locais anularam o leste maranhense para disporem dele a seu
bel-prazer. A expressão “a seu bel-prazer” parece deslocada quando se quer
distinguir algum grupo por suas características mais elevadas.
É
verdade que os agentes literários de plantão se esforçam ao máximo para limpar
a barra das oligarquias, contudo a expressão “a seu bel-prazer” se adequa,
perfeitamente, a uma miríade de pessoas que ao longo do tempo pouco ou nada
fizeram pelo povo por nenhuma razão em especial a não ser a falta de escrúpulo e
o gosto pelo ganho fácil.
Cada
grupo tem seu espaço e afirma-se nesse e a partir desse espaço que pode ser físico
ou social. As relações entre grupos políticos ou de interesses não se confortam
dentro de um plano mais geral. E chegam a conflitar por mais espaço.
As
Chapadas de Santa Quitéria, São Bernardo e Barreirinhas exemplificam bem os
conflitos por mais espaço como se fosse possível criar mais espaço físico onde
não há mais. As empresas de reflorestamento como a Suzano e a Margusa planejam
aumentar suas áreas de plantio de eucalipto justamente em áreas que as
comunidades se valem para o extrativismo de frutas e para a retirada de
madeira. Essas são áreas públicas com as quais as comunidades deveriam ser
favorecidas plenamente em programas de regularização fundiária.
As
recentes decisões da justiça maranhense favoráveis a posse das Chapadas pelas
comunidades em contraponto aos interesses da Suzano Papel e Celulose referendam
essa concepção. As decisões favoreceram as comunidades de Bracinho, cujo
território avança em mais de três mil hectares, e do Polo Coceira, cujo
território avança em quase sete mil hectares. As duas comunidades fazem parte
do município de Santa Quitéria.
A comunidade de
Vertentes pretende regularizar cinco mil hectares. Segundo o Iterma, o órgão não
pode atuar nesse caso porque são terras de ausentes, ou seja, não há donos e
nem documentos. Só que a Suzano, nos seus tempos de Paineira, obteve quatro
documentos que comprovariam a titularidade da terra. Mayron Régis
Não vou nem mandar "ir catar coco", pois é isso que esse povo faz..
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkk
Áreas públicas...??? Há controvérsias..
Abraços..