quinta-feira, 10 de maio de 2012

Suzano e Vale despejam trabalhadores ribeirinhos em Vila Nova dos Martírios



A Comissão de Direitos Humanos e minorias da Assembleia Legislativa do Maranhão promoveu, na cidade de Vila Nova dos Martírios, uma audiência pública para discutir a ameaça de despejo das famílias ribeirinhas ameaçadas pelos empreendimentos da Vale e da Suzano.
O evento foi realizado, na manhã desta quinta-feira (10), no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). O presidente da Comissão, deputado Bira do Pindaré (PT) presidiu a audiência ao lado do autor do requerimento para realização do espaço, deputado Antonio Pereira (DEM); Wellington Pinto (prefeito do município); João Pinto (ex-prefeito); Maria Sousa (presidente da Câmara de Vereadores); Amadeus Pereira (advogado dos posseiros); Natal Silva (presidente do Sindicato dos trabalhadores rurais e Francisco de Souza (representante da igreja católica).
Vila Nova dos Martírios vive uma situação de grave conflito fundiário. Cerca de 60 famílias das comunidades “Deus Proteja” e Cuverlândia, posseiros das terras há mais de 30 anos estão sendo despejados injustamente. Os trabalhadores alegam que representantes da empresa Suzano reclamaram a posse da terra e invadiram sem aviso e sem conceder compensação aos agricultores.
Senhor Natal, presidente do Sindicato dos Trabalhadores rurais, afirmou que as grandes empresas trouxeram muitos danos a população rural. “Eles não nos respeitaram e expulsaram todo mundo de suas casas. Destruíram nossas plantações”, protestou.
De acordo com o advogado dos posseiros, o INCRA e o IBAMA que teoricamente seriam os órgãos responsáveis pela regulamentação e demarcação das terras não ajudam e acabam multando os trabalhadores por permanecerem nas terras.
“O INCRA e o IBAMA multaram a associação dos moradores em R$ 50 mil. O poder legislativo e o poder judiciário não podem se omitir, essa reunião servirá para sensibilizar as autoridades da situação deste povo”, cobrou Amadeus.
O deputado Antonio Pereira destacou a importância da audiência pública e da iniciativa da Assembleia Legislativa em ouvir os problemas do povo e dos trabalhadores de Vila Nova dos Martírios. Para ele este instrumento da Casa Legislativa é fundamental na resolução deste impasse com a Suzano.
Bira do Pindaré garantiu que o trabalho da Comissão de Direitos Humanos é mediar os conflitos e no caso de Vila Nova é abrir as portas para a Vale e para a Suzano, assim como para o povo. Como encaminhamentos da audiência: a CDH vai requerer informações oficiais do judiciário sobre a situação dos processos litigiosos; requerer do INCRA, IBAMA E ITERMA procedimentos pela demarcação das terras; convidar a Vale e a Suzano para uma reunião na ALEMA com maior celeridade possível.
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Um comentário:

  1. Começamos bem, "posseiros"..
    Posseiro não é dono, muito embora, se realmente já vivem há 30 anos na terra, tem direito a "Uso capeão"..
    Porém, nesses casos, o que acontece geralmente, é que o pessoal ocupa um pequena área da terra(De posse), quando chega o verdadeiro dono, eles alegam que ocupavam uma terra bem maior..
    Pra ver o tamanho da legalidade desse pessoal, até multado foram.. kkkkk..
    Se fosse a Suzano ou a Vale que tivessem sido multadas, já teria gente dizendo: "0lha lá, foram até multados, estão na ilegalidade, são bandidos, etc".. Como é comunidade, como é associação, se são multados, é porque são coitadinho, como o Ibama e o Incra faz um negócio desses..
    É pra acabar, a legalidade deve valer pra os dois lados da questão.. Lei é Lei..
    Suzano e Vale, pelo que entendi, estão simplesmente pegando o que é delas, quem está dentro das terras, está ilegalmente, são terras que não as pertence, não deveriam nem estar ali.
    Que o "grave conflito" fundiário, termine na paz, e dentro da legalidade, como prevê o Estado Democrático de Direito.

    Abraço.

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