Pedro Militão tem traços fortes de
descendência indígena e, há décadas, ele e sua família são os únicos
moradores da comunidade Saquinho, localizada na maior ilha do Delta do
Parnaíba, numa casa simples, sem abastecimento convencional de água e
energia elétrica.
Na região, cerca de dez quilômetros da
praia da Pedra do Sal, não há qualquer tipo de saneamento básico.
Militão vive dos animais que cria e da agricultura de subsistência na
área no entorno de sua casa; é um senhor de 73 anos que vive como um
ermitão na localidade de onde pouquíssimas vezes se ausenta, e que há
quase cinco anos luta na Justiça contra a Multinacional Ecocity, que
teria adquirido o direito de posse de várias áreas do local.
A luta de Pedro Militão é para ter
reconhecida como sua a terra onde mora desde criança. “Já vieram muitas
pessoas medir estas terras, muitos aviões sem asas (helicópteros) já
desceram por aqui e não sei o que será de nós, que nunca saímos daqui
nem temos para onde ir. O povo diz que tenho que provar na Justiça dos
homens que estou aqui, são coisas que eu não entendo. Basta vir aqui e
ver que moro mesmo nesta casa há muito tempo”, questiona Militão.
Mesmo aos 72 anos, o morador tem
vitalidade de poucos jovens e diariamente trabalha empunhando o cabo da
enxada, com o facão sempre na cintura; ele alimenta suas criações e roça
a vegetação selvagem, sendo também conhecido por muitos como curandeiro
e sacerdote umbandista. Por isso, é bastante procurado por aqueles que
acreditam na cura e tentam orientação espiritual nesta crença.
Processo de reintegração de posse na Justiça
De acordo com a Superintendente da Secretaria do Patrimônio da União do Piauí, Ana Célia Coelho Madeira, o órgão se posiciona de forma favorável ao reconhecimento dos direitos do senhor Pedro Militão, considerando o histórico de ocupação e o vínculo que o mesmo tem com a terra em que vive. Entretanto, a SPU não conseguiu ainda formalizar este direito formalmente em razão de procedimentos que precisam ser adotados no ato administrativo.
De acordo com a Superintendente da Secretaria do Patrimônio da União do Piauí, Ana Célia Coelho Madeira, o órgão se posiciona de forma favorável ao reconhecimento dos direitos do senhor Pedro Militão, considerando o histórico de ocupação e o vínculo que o mesmo tem com a terra em que vive. Entretanto, a SPU não conseguiu ainda formalizar este direito formalmente em razão de procedimentos que precisam ser adotados no ato administrativo.
Então, o direito e a lei existem, mas
neste momento há um questionamento na aplicação do dispositivo legal; o
direito que existe na legislação precisa ser formalizado no processo
administrativo. Existe o processo administrativo formalizado, o pedido
de Pedro Militão foi negado a princípio pela assessoria jurídica por
constarem ausências de instrução processual e também por uma
interpretação da Conjur que precisamos tentar reavaliar.
Ela afirma que não está comprovado no
processo que “Militão” tem um vínculo antigo com a posse, que é
remanescente de comunidade tradicional indígena como é informado, e por
conta disso, existem algumas providências que precisam ser adotadas pelo
requerente.
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http://180graus.com/geral/davi-x-golias-descendente-indigena-tenta-direito-a-sua-terra-521119.html
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