(24/05/2012)A área é destinada à reforma agrária e foi ocupada pela Formex com autorização do Incra e da Sema
O Ministério Público Federal no
Maranhão (MPF/MA) moveu ação civil com pedido de limina contra o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) e a
empresa Formex (Fornecedora de Materiais Exportação, Importação,
Comércio e Representações Ltda) por ocupação irregular do projeto de
assentamento São João do Rosário, localizado no município de Rosário
(MA). O MPF constatou que as atividades de exploração mineral
desenvolvidas na região trazem riscos aos moradores e ao meio ambiente.
A área do projeto de assentamento São João do Rosário é de domínio
público federal e destinada à reforma agrária. Em 2010, o Incra concedeu
autorização irregular à Formex para exploração de granito, com uso de
explosivos, na região do assentamento. A empresa obteve ainda licença
ambiental concedida pela Sema no período de 2008 a 2010, com renovação
até novembro de 2012.
Na ação, o MPF requereu a interdição de qualquer atividade
mineratória no local, além da recuperação dos danos causados ao espaço e
aos moradores. Em vistoria realizada pelo analista pericial de Biologia
do MPF foi constatado que a atividade exploratória da região é
irregular e desprovida de segurança, comprometendo a integridade física
dos moradores.
Para o MPF, a responsabilidade do Incra está em desvirtuar a
finalidade pública do assentamento (a reforma agrária), ao conceder
autorização à empresa para o desenvolvimento das atividades
exploratórias. Ao ser indagada pelo MPF, a autarquia comunicou o
cancelamento da autorização, mas nada fez para corrigir a apropriação da
área pública. Apesar do Incra e do Departamento Nacional de Proteção
Mineral (DNPM) terem cancelado a autorização, a Formex continuou a
utilizar a área irregularmente, com licença da Sema.
O MPF/MA requereu a suspensão imediata de qualquer atividade de
lavra sob pena de multa e a suspensão da licença de operação expedida
pela Sema autorizando a exploração de granito. Requereu ainda que a
Formex pague indenização pelos danos causados ao ambiente, e que os três
requeridos (Incra, Sema e Formex) recuperem a área degradada por meio
de projeto apresentado ao DNPM e Ibama. Os pedidos já foram deferidos
pela Justiça Federal.
Assessoria de Comunicação
Procuradoria da República no Estado do Maranhão
Fone: (98) 3213-7137 / 3213-7131
E-mail: ascom@prma.mpf.gov.br
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