Priscila Galvão
priscila.galvao@icmbio.gov.br
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Brasília (23/05/2012) – Após duas
reuniões, uma na segunda (21) e outra na terça (22), na sede do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em
Brasília, representantes do Instituto, do Incra e da Associação dos
Trabalhadores da Reserva Extrativista Mata Grande (Atramag), no
Maranhão, definiram uma série de ações para garantir a consolidação da
unidade. O deputado Domingos Dutra (PT/MA) participou do segunda
encontro.
Inicialmente, ficou decidido que um
grupo de trabalho, formado por técnicos do ICMBio e Incra, definirá a
estratégia de regularização fundiária da reserva extrativista (Resex),
que começará com a instrução de três processos de desapropriação. O
Instituto se comprometeu a estudar a desapropriação de pelo menos um
desses imóveis. O Incra buscará incluir as glebas no Terra Legal com
base na documentação dominial.
O grupo de trabalho deverá também
identificar recursos e estudar outras fontes de financiamento
complementares. Feito isso, o deputado Domingos Dutra, de posse desses
estudos, apresentará emendas ao Orçamento da União para a regularização
fundiária da unidade, assim como lutará pela liberação das verbas.
“No primeiro momento foi feito uma
caracterização das unidades. Agora, partiremos para a parte mais
difícil, que é identificar o domínio dessa área, quem realmente tem
título válido dentro da unidade para fazer uma avaliação e uma ação
administrativa ou judicial de desapropriação. O que vamos tentar no
segundo momento são essas outras ações complementares de verificar de
onde mais ou de que forma podemos conseguir recursos para viabilizar a
regularizaão da unidade ”, disse Eliani Maciel, coordenadora-geral de
Regularização Fundiária do ICMBio.
O presidente do Instituto, Roberto
Ricardo Vizentin, que participou das duas reuniões, afirmou que a ideia é
dialogar com os vários atores envolvidos no processo, saber se existe
algum projeto, se há algum assentamento em torno da Resex Mata Grande
que, de alguma forma, possa contemplar o assentamento de populações
extrativistas.
De acordo com a analista ambiental do
ICMBio, Virgínia Taubort, a mobilização dos extrativistas marca os 20
anos de criação da Reserva Mata Grande, comemorados no dia 20 de maio.
“Desde 2009, a comunidade tem obtido uma série de conquistas”, lembrou
Virgínia.
Em 2009, segundo ela, foi aprovada uma
agenda de resgate da Resex Mata Grande. Em 2010, o ICMBio, em parceria
com o Incra, realizou um levantamento ocupacional, ambiental e
fundiário. Em 2012, foi formado o conselho deliberativo da unidade, que
está prestes a ser oficializado por meio de portaria.
“O próximo passo é construir um plano de
uso da Resex para que, assim, os seus moradores e usuários possam
participar do programa Bolsa Verde. No ano passado, foram cadastradas
177 famílias no interior da reserva. Dessas, pelo menos 135 estão na
faixa de extrema pobreza, que é o perfil de quem tem direito a
participar do Bolsa Verde”, disse Virgínia.
O deputado Domingos Dutra disse ter
muita expectativa no êxito do grupo de trabalho e na execução das
medidas aprovadas na reunião. “Estamos à disposição para contribuir. A
tentativa é fazer uma liga entre a comunidade, ICMBio e Incra para ver
se, de mãos dadas, possamos chegar logo a uma solução para a
comunidade”, afirmou.
A extrativista Francisca Rodrigues Mota,
66 anos, que há 20 anos luta pela estruturação da Resex reforçou a
ideia. “Essa é uma luta comunitária, já fui ameaçada várias vezes.
Participei de nossa primeira manifestação, realizada há 18 anos.
Queremos agora uma solução para a nossa reserva”, concluiu.
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