Antes da chegada do agronegócio representado pelas
plantações de eucalipto e soja na Região do Baixo Parnaiba Maranhense, muitas
comunidades já viviam do processo e manejos ancestrais e conhecimentos extrativistas com base na
produçao de sustentação familiar. Como é o caso de táticas que sobreviveram a
linhagem do tempo: colheita do bacuri,
pequi, mangaba, buriti e muitos outros frutos do cerrado que são encontrados
nas chapadas e brejais dos povoados.
“Não predar a nutureza e tirar dela equilibradamente o
seu sustento” - esta, por ventura é uma
frase que há décadas faz parte da cultura educacional das populações rurais,
comunidades das chapadas, ribeirinhos e quiombolas. Entende-se o significado de
Agroecologia segundo algumas fontes “O estudo
desde com base em perspectivas ecológicas. Tem como unidades básicas de análises os ecossistemas agrícolas... as áreas de preservação ambiental e fonte
de sobrevivencia das comunidades rurais, abordando os processos agrícolas e
agricultáveis de maneira ampla e equilibrada, não só visando maximizar a
produção mas também otimizar o agroecossistema total e proteção da biodiversidade - incluindo seus
componentes socioculturais, econômicos, técnicos e ecológicos. Mas há quem diga
nesses termos que a Agroecologia pode ser entendidoa como uma disciplina
científica, talvez, como uma prática agricola-extrativista ou como um movimento social e político nos
dias de hoje, onde se trata das relações climáticas do planeta e aquecimento
total. Nesse direcionamento, a Agroecologia não existe isoladamente, mas é uma
ciência integradora que agrega conhecimentos de outras ciências, além de
agregar também saberes populares e tradicionais das
comunidades camponesas provenientes das experiências dos homens e mulheres do
campo. “Portanto, a base de conhecimento da Agroecologia se constitui mediante
a sistematização e consolidação de saberes e práticas (empíricos tradicionais
ou científicos), visando a agricultura ambientalmente sustentável,
economicamente eficiente e socialmente
justa”.
São várias as comunidades rurais do Baixo Parnaiba que
enfretam no dia-a-dia a grande problemática dos entraves que atrapalham a luta
pela terra. A Reforma Agrária é a base para o desenvolvimento e concretização
de um desenvolvimento agroecológico, pois as disputas e garantias de direitos
dos povos do campo não é uma coisa nem lutas dos dias atuais, mas uma página
histórica de séculos e séculos. Viver bem no campo depende da realização de
políticas públicas e direitos humanos para as sociedades das florestas. Este é
um grito que ecoa pelos seminários, congressos e encontros de bases. Aqui no
Baixo Parnaiba, essa voz deve alcançar ceus e mares, para assim o Movimento
Social se fortalecer.
A soja devasta, os correntões destroem e o veneno dos campos matam a flora e fauna.
Os rios baixo-parnaibenses vem secando a cada instante como é o caso real do
Rio Boa Hora em Urbano Santos e a carreira para o mesmo destino do Rio Mocambo,
tudo isso causado popularmente e cientificamente comprovado pelo grande impacto
ambiental direto de plantaçlões de monocultivos. Pois os estudos agroecologicos aqui no TERRITÓRIO DO
BAIXO PARNAIBA enquanto ciência pode-se dizer que coincide com uma maior
preocupação por nossas preservações dos recursos naturais.
Até acho que alguns critérios de sustentabilidade
nortearam e continuam alimentando essas discussões sobre uma agricultura sustentável, sobretudo que garanta a preservação
do solo, dos recursos hídricos, da cultura mais uma vez afirmando,
da vida silvestre e dos ecossistemas
naturais em especial as chapadas e cabeceiras de rios, ao mesmo tempo que
assegura segurança alimentar e nutricional dos povos. Direitos
Humanos para todos e todas! Agroecologia e bem viver no campo baixo-parnaibense
já!
José Antonio Basto
Militante
em Defesa dos Direitos Humanos
Urbano
Santos-MA, 23 de Março de 2015
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