sábado, 7 de dezembro de 2013

Manejo de bacurizeiros é finalista em premiação de tecnologias sociais

 

Projeto concorre ao Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2013

Embrapa
Foto: Embrapa
Bacurizeiros já foram muito abatidos em função de sua madeira de qualidade
O manejo de bacurizeiros nativos é umas das tecnologias finalistas ao Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2013, na categoria Instituições de Ensino, Pesquisa e Universidades.
Outros dois projetos de pesquisa da Embrapa Amazônia Oriental, de Belém (PA), também concorreram e estão entre as 192 tecnologias sociais certificadas pela organização do concurso: “Roça sem Fogo e Trio da Produtividade da Mandioca” e “Sistema Tipitamba: agricultura familiar sem queimadas na Amazônia”. Na próxima etapa do certame, das 30 tecnologias sociais finalistas, 15 serão selecionadas para premiação.
Na Ilha do Marajó e no nordeste paraense, as brotações do bacurizeiro ocorrem naturalmente em grande quantidade nas áreas abandonadas.  A tecnologia consiste em sistematizar as práticas de manejo adotadas pelos agricultores, nas quais o número de árvores por hectares é reduzido e a produção de frutos aumenta, em razão da menor competição entre as plantas. Desde 2006, o projeto já realizou 26 cursos de manejo de bacurizeiros nativos, com o treinamento de 750 produtores e técnicos em 16 municípios do Estado do Pará.

Segundo o coordenador do projeto, pesquisador Alfredo Homma, o trabalho se orienta pelo conceito de etnotecnologia.
– Os produtores também fazem tecnologia e temos de levar essas iniciativas àqueles agricultores pouco tecnificadoss – afirma Homma.
Nas regiões de incidência do bacurizeiro, a pesquisa encontrou produtores com experiências de cerca de 50 anos no manejo da planta. De acordo com Homma, a pesquisa na Amazônia com cultivos perenes exige grandes somas de tempo e recursos e por isso não pode desconsiderar o conhecimento acumulado pelas comunidades locais.

No passado, os bacurizeiros já foram muito abatidos em função de sua madeira de qualidade, mas atualmente a polpa da fruta (cerca de R$ 30,00 por quilo) é o principal atrativo. Como a planta rebrota com facilidade e o fruto está em alta no mercado, o manejo do bacurizeiro representa uma oportunidade tanto de geração de renda para agricultores da região quanto uma alternativa de baixo custo para recuperação de áreas preservação permanente, uma das exigências do novo Código Florestal.

Sem queima
Os outros dois projetos certificados como tecnologia social pela Fundação Banco do Brasil tratam de alternativas para a agricultura sem uso do fogo. O Sistema Tipitamba busca a substituição do uso do fogo na agricultura pelo sistema de corte e trituração da capoeira (vegetação secundária). Entre as vantagens do método estão a redução da emissão de gases nocivos à atmosfera, a redução dos riscos de incêndios, melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo.
Já a tecnologia “Roça sem Fogo e Trio da Produtividade” é um conjunto de técnicas e boas práticas agrícolas de preparo do solo, plantio e manejo para aumentar a produtividade da mandioca, diversificar o plantio e aumentar a renda do produtor.
O Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social foi criado em 2001 é realizado a cada dois anos. As tecnologias sociais certificadas compõem o Banco de Tecnologias Sociais (BTS). Trata-se de um instrumento para difundir tecnologias sociais já aplicadas e que sejam efetivas na solução de problemas relativos a alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, renda e saúde.

RURALBR COM INFORMAÇÕES DA EMBRAPA

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