quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

STIMA Convocará Entidades e Central Sindical para Enfrentamento da Crise no Setor Siderúrgico maranhense


O STIMA relatou a entidades orgânicas da CUT a situação vivenciada no Setor Siderúrgico em Açailândia, e articula a entrega desse documento junto ao Governo do Estado e Governo Federal, na tentativa de sensibilizar os Governos a tomarem atitudes preventivas para que o setor não fechem as portas definitivamente.
Açailândia (MA), 13 de fevereiro de 2015.
 Senhores,
Vimos, por meio deste, informá-lo sobre a possível extinção da atividade siderúrgica de ferro gusa no Estado do Maranhão, que impactará na demissão de 2.400 trabalhadores diretos e cerca de 15 mil indiretos, somente no município de Açailândia, onde estão instaladas cinco das sete indústrias presentes no estado.
A eminente ameaça desta tragédia para a classe trabalhadora maranhense é decorrente da grave crise financeira enfrentada pelas empresas desde 2008 – quando se deu a crise econômica mundial que atingiu principalmente os Estados Unidos, principal mercado comprador do gusa maranhense – e que tem seu ápice neste mês de fevereiro de 2015.
O agravamento da crise, que compromete definitivamente a sobrevivência das empresas, foi ocasionado pela baixa no valor de comercialização do gusa maranhense no mercado americano de U$ 388,00/ton para U$ 280,00/ton, o que acumulou um prejuízo de U$ 4 milhões, o maior da história do setor. Paralelamente, as empresas são submetidas à aquisição de um de seus maiores insumos – o minério de ferro – a preços maiores que os praticados para as siderúrgicas chinesas, o que demonstra insensibilidade da Companhia Vale com a indústria maranhense e, consequentemente, com os trabalhadores que sustentam suas famílias com o trabalho nesta atividade.
Vale destacar que, desde o início da situação de crise, as empresas já reduziram a cerca de 30% sua capacidade de produção, o que já refletiu em cerca de 1 mil demissões no setor nos últimos sete anos e mais de 5 mil demissões inderata.
 Destacamos também que a situação de crise não acontece isoladamente no estado do Maranhão. No Pará, onde a última empresa a permanecer em atuação, a SIDEPAR, encerrou suas atividades neste mês de fevereiro, foram demitidas mais de 800 pessoas que eram empregadas diretamente pela indústria. Em Minas Gerais, estado onde, das 17 indústrias que atuavam, quatro encerraram definitivamente as atividades e sete operam com capacidade mínima, já foram realizadas mais de 4 mil demissões desde 2008.
Importante ressaltar ainda que o município de Açailândia, no período de pleno funcionamento das indústrias de ferro gusa, ostentava o segundo maior PIB e o melhor IDH do estado do Maranhão, o que demonstra a  importância não apenas econômica, mas social, do setor siderúrgico para o desenvolvimento desta região.
Neste sentido iremos realizar ações de sensibilização e mobilização dos trabalhadores, associações e entidades de classe a fim de cobrar dos Governos Federal e do estado do Maranhão soluções que garantam a sobrevivência do setor e preservem os empregos dos milhares de trabalhadores que ora tem seus empregos ameaçados.     
      

          
Jarlis Adelino
Presidente do STIMA – Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Metalúrgica de Açailândia (MA).

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