O governador Flavio Dino precisa com
urgência intervir com muita determinação para dar um freio nos conflitos
agrários no meio rural, responsáveis por uma violência exacerbada e
expulsão de milhares de famílias de posses centenárias. Muitos jovens
retirados dos seus trabalhos dignos em roças acabam migrando para a
capital e sedes de municípios, onde sem qualificação profissional não
encontraram trabalho. As jovens acabam engrossando a prostituição e os
jovens se tornam presas fáceis para as drogas, dai a celeridade que a
violência vem assumindo em todo o Estado. Os conflitos agrários que
colocam o Maranhão na vanguarda, a maioria são ocasionados pelo INCRA e o
ITERMA, que como órgãos federal e estadual responsáveis pela reforma
agrária, privilegiam o agronegócio, latifundiários e empresários com
negócios sujos para não fazerem desapropriações e regularizações
fundiárias. O INCRA foi o mais doloso, prejudicando seriamente
comunidades quilombolas, com muitos negócios ilícitos, os quais precisam
ser investigados, como é o caso de convênios com prefeituras em pleno
período eleitoral. O hoje deputado estadual José Inácio Rodrigues Sodré,
precisa ter a sua administração investigada, principalmente na questão
de contratações de serviços terceirizados e a omissão na questão de
providências para atender interesses de empresários rurais e
latifundiários.
A Fetaema e a CPT vêm
de há muito denunciando a violência no campo. Um dos focos sérios está
no município de Codó, que tem as policias civil e militar a serviço dos
políticos para ameaçar, prender e matar trabalhadores e trabalhadoras
rurais. Se o governador Flavio Dino mandar apurar e os fatos,
identificará que padres estão ameaçados de morte, Igreja Católica foi
incendiada e o dispo Dom Sebastião Bandeira, da Diocese de Coroatá é
monitorado por jagunços de políticos e empresários do município, quando
se dirige a Codó e não se deixa intimidar, muito embora a sua vida
esteja correndo sérios riscos. Abaixo está a correspondência encaminhada
ao delegado Carlos Augusto Silva Coelho, da Delegacia Especializada em
Conflitos, com atuação bem frágil para não dizer inexpressiva, diante
das determinações à época do governo de Roseana Sarney.
Senhor
Doutor Carlos Augusto Silva Coelho
Delegado de Polícia Especializada em Conflitos Agrários
Cidade de São Luís – Capital do Estado do Maranhão
Senhor Delegado,Doutor Carlos Augusto Silva Coelho
Delegado de Polícia Especializada em Conflitos Agrários
Cidade de São Luís – Capital do Estado do Maranhão
Tenho a elevada
honra em dirigir-me a Vossa Excelência visando solicitar,
respeitosamente e com fundamento no artigo 144, inciso IV, da
Constituição Federal, providências no sentido de apurar os autores e
indiciar os responsaveis pelas agressões à integridade física dos
envolvidos em conflito agrário na comunidade quilombola denominada
Marmorana/Boa Hora 3, localizada no município de Alto Alegre, haja vista
que, segundo o teor do Ofício nº 12/2015, datado de 29 de janeiro de
2015, da lavra do secretário da Comissão de Direitos Humanos da OAB do
Maranhão, doutor Diogo Diniz Ribeiro Cabral, conforme arquivo anexo,
durante reunião realizada na referida área, no dia 25 de janeiro de
2015, os líderes quilombolas José Maria da Conceição e Raimundo Gomes
Soares “Sabonete” tiveram suas casas incendiadas, perdendo, assim, os
seus pertences de uso doméstico, além de sementes para plantio de arroz,
feijão e milho e ferramentas de trabalho e um paiol de arroz.
Ainda de acordo com
as informações do doutor Diogo Diniz Ribeiro Cabral, desde o ano de 2009
a comunidade Marmorana vem sofrendo ameaças de morte constantes por
fazendeiros da região, principalmente pelo criador de gado José de
Arimateia Moreira de Souza, que ingressou em 2010 com ação de
reintegração de posse contra as famílias quilombolas em tela, porém,
perdendo a ação, o qual, segundo o referido advogado Diogo, está
tentando cercar mais de 400 hectares de terra pertencente ao território
quilombola.
Desta forma, os quilombolas têm fundado receio de dano irreparável à
integridade fisica dos mesmos, inclusive com morte, pois a região de
Alto Alegre é objeto de conflito agrário envolvendo posseiros, com
ocorrência de homicídio, tentativa de homícidio e despejos, merecendo,
deste modo, atenção especial de Vossa Excelência, na qualidade de
delegado de Polícia Civil Agrário.
Outras informações, se necessárias, podem ser obtidas com o secretário
da Comissão de Direitos Humanos da OAB do Maranhão, doutor Diogo Diniz
Ribeiro Cabral, mediante os telefones (98) 3219.8700, 3219.8704,
9615.2529, 8236.8569, ou e-mail diogoelllas@hotmail.com.
Atenciosamente,
Desembargador Gercino José da Silva FilhoOuvidor Agrário Nacional e Presidente da
Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo
Telefone (61) 2020-0904/090
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