Indígenas observam sinais de exploração ilegal de madeiras na TI. Apinajé. (foto: Wyty Cäte. Nov. 2014) |
Madeiras cortadas. (foto: Wyty Cäte.
Nov. 2014) |
Está em andamento a 1ª etapa do Mapeamento das Terras Timbira
do Sul do Maranhão e Norte de Tocantins. Os trabalhos estão sendo Coordenados e realizados
por equipes compostas por Jovens Apinajé, Krahô, Krikati, Gavião, Canela Ramkokamekrá
e Apanjekra, com apoio do Centro de
Trabalho Indigenista-CTI e da Associação Wyty Cäte dos Povos Timbira do Maranhão
e Tocantins. Inicialmente as atividades estão sendo realizadas nas Terras
Krahô e Apinajé, e a partir de 2015, será realizado nas outras Terras Timbira.
Os trabalhos de campo tiveram inicio no dia 18/10/14 na
terra indígena Krahô no município de Itacajá, Estado do Tocantins. Na 1ª fase
dos trabalhos, 16 jovens Timbira e mais 09 guias do povo Krahô participaram das atividades.
Na terra Apinajé, os trabalhos começaram no dia 15/11/14, e no total 15 Jovens
Timbira percorreram em caminhões, camionetas 4X4 e a pé, as áreas vulneráveis da
terra Apinajé, nos municípios de Tocantinópolis,
São Bento do Tocantins, Cachoeirinha e Maurilândia. Munidos com GPS,
máquinas fotográficas e filmadoras os jovens documentaram em fotografias,
vídeos e fizeram anotações e marcações das coordenadas geográficas dos locais
percorridos.
Dentro e no entorno das terras Apinajé e Krahô foram
detectadas atividades ilícitas e crimes ambientais praticadas por invasores
não-índios. No município de Itacajá
pequenos trabalhadores rurais que moram no entorno da terra Krahô afirmaram que
estão sofrendo pressões e sendo intimidados por plantadores de eucaliptos. Nesse
caso empresários estariam ameaçando os pequenos agricultores familiares,
vizinhos do povo Krahô, para comprar suas terras, que poderão ser desmatadas de
forma ilegal para o plantio de eucaliptos e soja.
Equipe de mapeamento em atividade na TI. Apinajé. (foto:
Wyty Cäte. Nov. 2014) |
Já na Terra
Apinajé, a situação não é diferente, segundo relatos dos membros da Equipe de
Mapeamento, na região do Veredão e
em locais próximos ao núcleo urbano da cidade de São Bento do Tocantins foram encontrados lixos e carcaças de
animais jogados por moradores daquela cidade. Nessa mesma região foram
verificadas estradas adentrando à terra indígena, possivelmente para o roubo de frutas e prática de caça e pesca.
Nesses locais existem ainda escavações e sinais de exploração ilegal de terras
e areias que podem está sendo retiradas para construções.
Ainda na área Apinajé, na parte Norte do Território, no
município de Maurilândia, na região
conhecida como Pontal, foram
encontrados indícios de exploração ilegal de madeiras por não-índios. Além
desses casos de corte ilegal de madeiras que ocorre em toda a terra Apinajé;
lembramos que a região do entorno dessa terra indígena já vem sofrendo com desmatamentos provocados por carvoarias e
plantações de eucaliptos; a situação é mais critica nos municípios de São
Bento do Tocantins e Tocantinópolis. As
Equipes de Mapeamento também descreveram a situação de total abandono em que se
encontram os Postos de Vigilância da FUNAI, localizados no Veredão e Pontal.
Todas as informações e dados coletados pela Equipe de
Mapeamento serão organizados e sistematizados visando subsidiar as organizações
(parceiras) dos Povos Apinajé, Krahô, Krikati, Gavião, Canela Ramkokamekrá e
Apanjekra no aprimoramento dos planos de Gestão
Territorial e Ambiental das Terras Timbira. Inicialmente será elaborado um
Relatório que será apresentado aos caciques no dia 30/11/14, próximo domingo, durante
a Assembleia Geral e Eletiva da Associação
Wyty Cäte, a ser realizada no Centro
de Estudos e Pesquisas Timbira - Pemxwyj Hempxà no município de Carolina no Sul
do Maranhão.
Terra Indígena Apinajé, 28 de novembro
de 2014
Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ
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