"O SISTEMA
CAPITALISTA VEM ACELERANDO DE FORMA VIOLENTA A DESTRUIÇÃO DO PLANETA
TERRA, E EMPURRANDO SEUS HABITANTES PARA UMA CATASTRÓFICA CRISE AMBIENTAL, SOCIAL E HUMANITÁRIA"
Movimentos Sociais discutem impactos dos projetos das hidrelétricas de Serra Quebrada, Marabá e Santa Isabel. (foto: Oscar de Sousa. F. Apinagé. Nov. 2014) |
Aconteceu nos dias 19 e 20 de novembro do corrente ano, em
Imperatriz (MA), o I Seminário de
Articulação em Defesa dos Rios Tocantins e Araguaia, o evento contou com as
participações do CIMI GOTO, CIMI MA, APA-TO, UEMA, UFMA, UFPA, MAB, CPT, MMC, dos
Povos Apinajé e Karajá Xambioá de Tocantins e Krikati do Maranhão e dos
representantes das Pastorais Sociais da cidade de Imperatriz, somando 37
participantes.
No primeiro
momento fizemos um breve histórico das lutas realizadas, e avaliamos nossas
mobilizações na última década contra os projetos de Serra Quebrada, Santa Isabel, Marabá e a Hidrovia Araguaia-Tocantins.
Não esquecemos que a UHE Estreito, desde
que foi planejada, sempre foi um potencial gerador de conflitos, transtornos e prejuízos para os atingidos; índios e
não-índios da região. Os participantes do Seminário manifestaram contrariedades
também com o aumento do desmatamento do Cerrado e o avanço das carvoarias e plantações de eucaliptos,
que representam outro preocupante causador de degradação das nascentes e
mananciais abastecedores dos rios Tocantins e Araguaia.
Os participantes reclamaram os empreendimentos
desenvolvimentistas baseados na sistêmica grilagem de terras, em fraudes e em
diversas formas de violências, que infelizmente continuam expulsando os
camponeses de suas terras, destruindo o meio ambiente e gerando bolsões de
miséria e fome nas favelas que estão se formando nos arredores de Araguaína, Marabá e Imperatriz. As
terras indígenas Apinajé, Krahô, Karajá
Xambioá, Sororó e Krikati também estão sendo seriamente afetadas e ameaçadas
por tais projetos de responsabilidade das empresas Vale, Cargil, Suzano, ELETRONORTE, Consórcio CESTE e outras, que
atuam com total apoio político e financeiro dos governos Federal, Estaduais e
municipais.
Povos Indígenas e Acadêmicos, presentes no Seminário.(foto: Oscar de Sousa F. Apinagé. Nov. 2014) |
Neste I Seminário de Articulação em Defesa dos Rios
Tocantins e Araguaia, contamos com valiosa assessoria do Prof. Aloísio Leal, da Universidade
Federal do Pará-UFPA, que veio nos ajudar entender melhor como o Sistema Capitalista vem acelerando de forma
violenta a destruição do Planeta Terra e
empurrando seus habitantes para uma
catastrófica crise ambiental, social e humanitária, nunca antes
experimentada pela população mundial. O Prof. Aloísio explicou
que o capitalismo foi pensado, estruturado e organizado para que as grandes
empresas multinacionais fiquem cada vez mais ricas e por tabela joguem as
populações vulneráveis da África, do Oriente Médio, da Ásia, América Latina e
do Brasil para o abismo do
empobrecimento, da miséria, do analfabetismo, das guerras e das epidemias.
O nosso assessor lembrou que, ao longo da história as
várias tentativas de resistência aos projetos do capitalismo, foram resolvidas
na base da trapaça, da chantagem e da
violência. O prof. Aloísio explicou também como o capitalismo passou de sua
fase concorrencial, para atual fase monopolista e/ou imperialista, em que as grandes
empresas é que mandam no Mercado e nos Governos e concluiu sua exposição
afirmando que, “para as sociedades
colonizadoras, os recursos da natureza, não são uma benção, e sim uma maldição e
objetos de cobiças que devem ser explorados imediatamente até o esgotamento
total”.
Assim, concluímos por que tantos interesses em construir a
qualquer custo tantas obras polêmicas e questionáveis, que mesmo sendo
rejeitadas pela população estão sendo levadas adiante, por seguidos governos
com recorrente apoio da Polícia, do
Parlamento e do Judiciário. Os esquemas fraudulentos de corrupção instalados
no governo e nas empresas com a finalidade de roubar o dinheiro público a
partir da construção dessas obras é outro fato inaceitável energicamente
repudiado pelos participantes do Seminário.
Terra Indígena Apinajé, 22 de novembro
de 2014
Associação União das Aldeias Apinajé-PEMPXÀ
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