POR
ORDEM DO DESEMBARGADOR RICARDO DUALIBE, DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
MARANHÃO, OPERAÇÃO DE GUERRA DESPEJARÁ DEZENAS DE TRABALHADORES RURAIS
DA COMUNIDADE ENGENHO, EM SÃO JOSÉ DE RIBAMAR
Amaro Dias, do Notícias da zona de Guerra
De
ordem do Desembargador Ricardo Dualibe (que foi dono de imobiliária),
do Tribunal de Justiça do Maranhão, está programada uma operação de
guerra que desalojará dezenas de trabalhadores rurais da comunidade
Engenho, município de São José de Ribamar/Ma, para o dia 27.11.2014, a
partir de 7 horas da manhã
A
ordem visa atender pleito do ex-deputado e ex-secretário de Estado
Alberto Franco, que pretende lotear a área para a venda de terrenos. Boa
parte da produção de hortaliças que abastecem feiras e mercados da
região metropolitana de São Luís tem origem na comunidade Engenho, que
integra o cinturão verde da Ilha.
Apesar
dos incessantes apelos feitos pela Defensoria Pública do Maranhão e
pela FETAEMA, junto ao Poder Judiciário, inclusive apresentando provas
de que as famílias trabalham e vivem na área há mais de 4 décadas, o
Poder Judiciário do Maranhão, através do Desembargador Ricardo Dualibe
determinou o despejo de dezenas de pais e mães de famílias pobres que
dependem exclusivamente do plantio de hortaliças e criação de pequenos
animais para sobreviver.
O
que torna mais estranha a decisão advém do fato do desembargador ter
sido dono de uma das maiores imobiliárias do Estado do Maranhão e
atender pleito de um dos maiores loteadores da ilha de São Luís,
ex-deputado Alberto Franco, envolvido em vário outros conflitos agrário e
que já foi investigado pela Polícia Civil em razão de grilagem de
terras.
Mais despejos:
De
acordo com levantamento feito pela FETAEMA, estão programados mais de
130 despejos em áreas rurais e urbanas no Estado do Maranhão, envolvendo
uma centenas de famílias. A cidade de São José de Ribamar é responsável
por quase 30% dos despejos. Por outro lado, nem o INCRA, nem o ITERMA,
muito menos os município respondem com velocidade ao pleito de milhares
de trabalhadores rurais e urbanos por um pedaço de chão, enquanto que o
Judiciário maranhense tem sido campeão em determinar o desalojamento
compulsório de centenas de famílias.
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