quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Despejo em São José de Ribamar

POR ORDEM DO DESEMBARGADOR RICARDO DUALIBE, DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO, OPERAÇÃO DE GUERRA DESPEJARÁ  DEZENAS DE TRABALHADORES RURAIS DA COMUNIDADE ENGENHO, EM SÃO JOSÉ DE RIBAMAR


Amaro Dias, do Notícias da zona de Guerra


De ordem do Desembargador Ricardo Dualibe (que foi dono de imobiliária), do Tribunal de Justiça do Maranhão, está programada uma operação de guerra que desalojará dezenas de trabalhadores rurais da comunidade Engenho, município de São José de Ribamar/Ma, para o dia 27.11.2014, a partir de 7 horas da manhã

A ordem visa atender pleito do ex-deputado e ex-secretário de Estado Alberto Franco, que pretende lotear a área para a venda de terrenos. Boa parte da produção de hortaliças que abastecem feiras e mercados da região metropolitana de São Luís tem origem na comunidade Engenho, que integra o cinturão verde da Ilha.

Apesar dos incessantes apelos feitos pela Defensoria Pública do Maranhão e pela FETAEMA, junto ao Poder Judiciário, inclusive apresentando provas de que as famílias trabalham e vivem na área há mais de 4 décadas, o Poder Judiciário do Maranhão, através do Desembargador Ricardo Dualibe determinou o despejo de dezenas de pais e mães de famílias pobres que dependem exclusivamente do plantio de hortaliças e criação de pequenos animais para sobreviver.

 O que torna mais estranha a decisão advém do fato do desembargador ter sido dono de uma das maiores imobiliárias do Estado do Maranhão e atender pleito de um dos maiores loteadores da ilha de São Luís, ex-deputado Alberto Franco, envolvido em vário outros conflitos agrário e que já foi investigado pela Polícia Civil em razão de grilagem de terras.

Mais despejos:

De acordo com levantamento feito pela FETAEMA, estão programados mais de 130 despejos em áreas rurais e urbanas no Estado do Maranhão, envolvendo uma centenas de famílias. A cidade de São José de Ribamar é responsável por quase 30% dos despejos. Por outro lado, nem o INCRA, nem o ITERMA, muito menos os município respondem com velocidade ao pleito de milhares de trabalhadores rurais e urbanos por um pedaço de chão, enquanto que o Judiciário maranhense tem sido campeão em determinar o desalojamento compulsório de centenas de famílias.

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