sexta-feira, 13 de maio de 2011

A Suzano e o grupo Bertin Trapaceiam e muito no Baixo Parnaiba maranhense


Plantio de eucalipto nos limites de Barreirinhas/Santa Quitéria e Urbano Santos/MA


O ingresso de um ex-militante do MST nas hordas do grupo Bertin para desvirtuar os projetos de assentamento e propostas de projetos de assentamento nos municípios de São Benedito do Rio Preto, Belágua e Urbano Santos indica um caminho que as empresas de agroenergia trilham no Baixo Parnaiba maranhense com singular desfaçatez. Pode-se pegar o caso da Suzano em todo o Maranhão e, em especialmente, no Baixo Parnaiba maranhense onde a empresa aportou nos meados dos anos 80.

Por mais que negue, um comprador só rejeita uma propriedade quando o dito cujo proprietário conflita com uma comunidade e ainda assim espera um acordo para entrar no meio do jogo. No começo do conflito entre as comunidades do Pólo Coceira e a Suzano Papel e Celulose, a empresa entrou com pedido de reintegração de posse junto ao judiciário de Santa Quitéria. Depois que a liminar obtida foi derrubada e as comunidades requereram a regularização fundiária dos sete mil hectares, no máximo, a empresa questionava no Iterma a função econômica que as comunidades davam à terra quando se fosse com ela a história já teria desmatado tudo.


A Suzano mantém uma equipe de responsabilidade social que se tornou quase inseparável das comunidades tradicionais do Baixo Parnaiba porque vira e mexe as assistentes sociais aparecem nas portas das casas dos presidentes das associações para saber como as coisas estão na comunidade. Em seus primeiros anos de Baixo Parnaiba, a empresa representou bem esse papel de madre Tereza de Calcutá, pois oferecia seus préstimos para qualquer pobre coitado.

Depois de anos e anos de calmaria fundiária, a Suzano passa a enfrentar problemas da ordem de um Gilmar, plantador de soja da região do Baixo Parnaiba maranhense, que chega desmatando áreas da empresa para plantar arroz e soja. Quem via e quem vê a reação da Suzano em relação ao Gilmar e outros plantadores de soja em suas áreas de Anapurus, Brejo, Santa Quiteria e Urbano Santos deveria comentar ou comenta que não haveria ou não há nenhum problema real no fato de alguém sem permissão desmatar toda a Chapada. Na verdade não há. Para a opinião pública, o Gilmar suja suas mãos com os desmatamentos enquanto a Suzano fica na dela.

O roteiro da viagem entre a sede do município de Barreirinhas e Pau Serrado, município de Santa Quitéria, recorreu às Chapadas do assentamento Mamede. Os “gaúchos” cobiçam as Chapadas deste assentamento estadual como as de outros também em Barreirinhas e em Tutóia e Paulino Neves. Um pouco adiante ao assentamento propriamente dito, depara-se com uma parte da Chapada com uma área desmatada, vários fornos de carvoaria e nada plantado. Esse trecho fora objeto de embargo por parte da prefeitura de Barreirinhas por que o Clóvis Fontana comprara ilegalmente parte do assentamento e pretendia plantar arroz e soja. Pelo que se averiguou passados alguns anos ele largara de mão no que acreditava ser uma propriedade e atravessara o rio Preguiça de volta para Santa Quitéria.

                                                       Foto: Fórum Carajás


Em Pau Serrado, o Fórum Carajás em parceria com a associação começara um projeto de manejo de bacurizeiros em meio às roças dos agricultores à beira do rio Preguiça. A roça escolhida fora a do presidente da Associação, o Zé da Paes. A Francisca, presidente da Associação do povoado São Raimundo, município de Urbano Santos, viera da sua comunidade vender quatro quilos de doce de bacuri e oferecer vinte quilos de polpa e diligenciar uma peregrinação do Fórum Carajás a São Raimundo para fotografar o arrozal, prova máxima que a comunidade produzia alimentos para seu sustento. O pessoal do Fórum Carajás comprando lá mesmo no Pau Serrado.


Empresas como a Suzano e agora a Bertin trapaceiam as comunidades com uma idéia insólita de propriedade quando na maior parte dos casos todo o Maranhão é uma tremenda comunidade tradicional de agroextrativistas.


Por: Mayron Régis
http://territorioslivresdobaixoparnaiba.blogspot.com/

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