domingo, 17 de agosto de 2014

As comunidades quilombolas da bacia do rio Munim e a mineração de areia




Soou inacreditável a admissão por parte do Zé Orlando de que não comia galinha caipira.   Ele admitiu isso enquanto jantavam.  No almoço, Zé Orlando abrira mão de comer galinha caipira para que as suas visitas ficassem a vontade na hora de se servirem. Ele não tocou no assunto de maneira alguma. Só mais tarde, pela boca da mãe de Zé Orlando, eles se informariam. Quem eram eles? Ana Maria Reis, Silvana Barbosa e Mayron Régis. O almoço terminou e eles caminharam pela comunidade de Barro Vermelho. O rio Munim os entreteve com sua argúcia e com seu desprendimento. Mayron Régis perguntara, entre os anos de 2007 e 2013, para diversas pessoas se o rio Munim secava. Obtivera um sim como resposta. Na presença de Zé Orlando, Mayron Régis retornou à situação do rio, que sempre o incomodou, afinal chovera bem no primeiro semestre de 2014. No trecho onde eles se banhavam, o rio abaixara muito no mês de agosto de 2013 devido ao inverno pouco rigoroso. A situação do rio do ponto de vista físico apresentava melhoras, se bem que empresas de mineração extraiam areia de diversos pontos da bacia do rio Munim afetando a qualidade da água e o volume da pesca. Um dos pontos de retirada de areia era no riacho da Cruz, afluente do rio Munim. O Zé Orlando e o Igor Almeida, advogado da SMDH, estiveram na Sema e no Ibama e nenhum desses órgãos licenciara qualquer atividade de mineração entre o médio e o baixo Munim. O licenciamento de qualquer atividade no rio Munim passa pela Sema, no entanto, por nele se encontrarem comunidades tradicionais, o Ibama deve ser consultado. Alem de Barro Vermelho, as comunidades tradicionais de Pequizeiro, Baturite e Riacho da Cruz também eram afetadas pela mineração de areia. A policia federal, depois de seguidas denuncias, apareceu no local da mineração e apreendeu os equipamentos da empresa.  
Mayron Régis

Nenhum comentário:

Postar um comentário