CHAPADINHA
- O bacuri é uma fruta aromática, com polpa branca, baixa acidez, rica
em vitaminas do Complexo B e sais minerais. É consumida diretamente ou
utilizada na produção de doces, sorvetes, sucos, geleias, entre outros. O
óleo extraído de suas sementes é usado na indústria de cosméticos e na
medicina popular como anti-inflamatório e cicatrizante. Sua madeira
resistente e de coloração bege-amarelada já foi muito utilizada na
construção de embarcações e de casas, o que ainda é observado em muitas
áreas de ocorrência natural. A fruta pode ser colhida nas Chapadas
Maranhenses entre os meses de dezembro e março.
Consta na literatura que o bacuri é originário do Estado do Pará, no
entanto, com grande dispersão nas regiões maranhenses da Baixada
(Alcântara, Central, Mirinzal, Cururupu), Cerrados do Centro-Sul e no
Baixo Parnaíba (Chapadinha, Santa Quitéria, Brejo). Esta fruta ganhou
dimensão nacional e internacional, tornando-se a polpa mais cara do
mundo. No mercado maranhense o valor é em torno de R$ 16 o quilo,
enquanto no mercado europeu o preço pago pela polpa dessa fruta pode
chegar a R$ 30.
Desde a década de 80, a paisagem natural das Chapadas Maranhenses
vem sendo modificada. Os bacurizais estão sendo substituídos pelas
plantações de grãos e madeiras utilizadas para a exportação, causando a
destruição do reservatório genético desta espécie e de seus frutos que
servem de fonte de renda para agroextrativistas. Pensando nisso o grupo
Cio da Terra criou a campanha “Adote um Bacuri para Sempre”. O Cio da
Terra, coordenado pela professora Maria Moura, é um grupo de pesquisa e
extensão da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) nascido da parceria
com a Associação de Moradores da Vila União, um povoado do município de
Chapadinha, a 246 km de São Luís.
A ideia da campanha surgiu após a observação de que o Campus da
UFMA em Chapadinha está rodeado de um grande número de bacurizais de
tamanhos e idades diferentes e normalmente, não há recursos financeiros
específicos para cuidar dessa espécie. Além disso, a procura pelo bacuri
já supera a capacidade da produção atual.
A professora Maria Moura explica que o plantio do bacuri pode ajudar
no combate a pobreza por ser uma alternativa excelente de fonte de
renda para os agroextrativistas, que podem vender o produto na forma de
sucos, geleias, bombons, entre outros ou ainda na forma de pomada com
uso medicinal. “O plantio também pode ser importante no combate ao
desmatamento visto que o bacurizeiro possui a característica ímpar de
rebrotar, a partir de suas raízes. Se suas mudas forem manejadas de
forma adequada (poda, espaçamento 10m x 10m) podem ser construídas
várias miniflorestas”, explicou.
A adoção de uma muda para o cultivo dessa planta pode gerar emprego e
permitirá a recuperação parcial de áreas desmatadas e abandonadas, e
você pode participar da campanha adotando uma muda. Basta entrar em
contato com o grupo Cio da Terra pelo e-mail gpciodaterra@hotmail.com.
Outra oportunidade de conhecer a campanha e os benefícios que ela
pode trazer é participando da 64ª Reunião Anual da SBPC, que acontecerá
em São Luís de 22 a 27 de julho, onde o CIO DA TERRA terá um espaço
reservado para expor ações científicas e culturais. Um estande será
montado no pátio do Colégio Universitário (COLUN), na UFMA, com
exposição de livros e banners, além de produtos como pimentas, bombons,
licores e pomadas feitas do bacuri. No local também será realizada uma
homenagem ao compositor maranhense João do Vale, com a participação de
Anderson Moz (estudante da UFMA e membro do grupo Cio da Terra) em voz e
violão.
Não fique de fora e participe da campanha “Adote um Bacuri para Sempre”!
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