quarta-feira, 18 de abril de 2012

Fórum Amazônia Sustentável aplica advertência à Suzano


O Fórum Amazônia Sustentável decidiu aplicar advertência à empresa Suzano Papel e Celulose S/A por desrespeitar a sua Carta de Compromisso
A decisão da Comissão Executiva do Fórum Amazônia Sustentável foi tomada após inúmeras tentativas de mediar um acordo entre a Suzano junto às comunidades do Baixo Parnaíba, no Maranhão. A empresa, que se comprometeu em retirar as ações judiciais permanentemente no final do ano passado, não cumpriu com seu prometido e apenas sinalizou a suspensão por 6 meses no último mês de março.
Mais de 2 mil comunitários estão sendo ameaçados a perder o direito de viver em suas comunidades para que a empresa Suzano Papel e Celulose possa dar continuidade ao projeto de ampliação da monocultura do eucalipto.
“A Suzano ingressou com ações judiciais contra as comunidades que resistiram de forma pacífica na preservação do seu território, caracterizando-as como invasoras. Por meio do legítimo processo de resistência as áreas defendidas pelas comunidades ainda encontram-se preservadas, mas correm sérios riscos de se extinguir. A conversão do Cerrado já está sendo feita”, ressaltou Rubens Gomes, presidente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), instituição que faz parte da Comissão Executiva do Fórum.
A Suzano, que tem empreendimento de celulose na região, é acusada de ter deixado de apreciar os questionamentos dos comunitários quanto aos impactos sociais e ambientais no local, além de não considerar as populações remanescentes das populações tradicionais e quilombolas.
O diálogo com a empresa teve início em 2009 durante o III Encontro Anual do Fórum, quando o GTA entrou com uma representação contra a Suzano por descumprimento da Carta de Compromisso. No ano seguinte, um representante Comitê de Ética do Fórum Amazônia Sustentável foi à região para mediar um diálogo entre a empresa e as comunidades atingidas. Na oportunidade a Suzano pactuou compromissos que não foram levados à diante, pois não cumpriu em absolutamente nada do que foi acordado. Dois anos depois, em 2011, durante o V encontro do Fórum, a empresa reafirmou novamente um novo acordo com as lideranças comunitárias e com a Comissão Executiva do Fórum Amazônia Sustentável, entre eles, o compromisso de retirada imediata das ações judiciais, mas, até o momento, a empresa continua sem cumprir o prometido.
“A empresa é tão posseira como a comunidade. Fazer da área comunitária plantio de eucalipto gera um enorme impacto socioambiental com perda da biodiversidade devido a conversão de florestas naturais do Cerrado. Não compreendo como que eles conseguem a liberação das licenças ambientais”, concluiu Rubens.
www.gta.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário