segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Os males e desacatos aos direitos humanos praticados por gaúchos e a Empresa Suzano contra as populações tradicionais do Baixo Parnaíba Maranhense.



Muitos são os desacatos que aflige os direitos humanos e da vida na Região do Baixo Parnaíba Maranhense. Um desses é o ataque antiético e imoral à cultura ancestral dos camponeses que moram nas comunidades das chapadas. Nesse sentido, pode-se perceber que a maioria dos cemitérios, por exemplo, são localizados nas extremidades das chapadas é dai então que em muitos casos onde essas chapadas foram ocupadas por Gaúchos e a Suzano, estes lugares sagrados são ameaçados a cada momento pelo avanço do agronegócio da soja e do eucalipto.
O “cemitério centenário da Chapada do Meio” no município de Urbano Santo é uma prova de quanto estes desacatos ao modo de vida das populações tradicionais são vítimas dos impactos causados; um trabalhador rural certa vez disse: “Esses gaúchos não respeitam nosso modo de vida, nossa cultura, suas cercas passam por dentro de nossos cemitérios, cercam nossos mortos, querem acabar com tudo”. Os chamados grupos de Gaúchos chegaram no Leste Maranhense com o intuito de trabalhar com a monocultura da soja, pois já não bastasse a grande problemática da Suzano Papel e Celulose que atrasa a luta pela Reforma Agrária ao contrário de nossa batalha pelo projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. Muitos campos de soja e eucalipto adentram as áreas onde os cemitérios estão implantados há muitos anos; um dos exemplos claros também é o do Povoado Custódio em Urbano Santos que encontra-se dentro do eucalipto. Uma comunidade tradicional do município de Brejo não recordo muito a época, um trator de gaúcho ameaçou passar por cima dos túmulos do cemitério da população, os moradores reagiram para o combate; que se o trator destruísse mesmo o local eles ateavam fogo nas máquinas e ali no momento morreria gente, o proprietário recuou e parou com a obra. Um verdadeiro assombro desses caras que vem do sul do país querer mudar o modo de vida das comunidades. O livro tese de mestrado “O Eldorado dos Gaúchos” do Professor Rafael Gastar trata sobre essas questões das relações sociais entre as duas partes (conflitos agrários ambientais no leste maranhense por motivo da monocultura da soja). O antropólogo Rafael tenta entender como o avanço das fronteiras dos monocultivos em especial a soja invade o território do Leste Maranhense assim causando conflitos com os extrativistas e os movimentos sociais, ele ainda disserta analisando que os campos de sojas são muito mais perigosos e devastadores com seus produtos tóxicos e sua política em comparação com o eucalipto. Nos campos de soja não existe sombras, no processo de construção desses campos as chapadas são invadidas e derrubadas pelo correntão, quase sempre por mera conscidencia os plantios de soja ficam pertos de cabeceiras de rios e riachos que acabam sofrendo com o desaparecimento total, além da extinção das espécies vegetais e animais que seguram a biodiversidade do cerrado.
Para acentuar é importante lembrar que a nascente do Rio Boa Hora, um dos mais importantes de Urbano Santos, esta foi transformada em um campo de soja. Em 2011, o estudante do curso de Geografia da UEMA, Daniel, estava pesquisando sobre a bacia do Boa Hora, foi então que ele acabou descobrindo que o coração do rio é um imenso campo de soja que fica nas proximidades dos povoados Capão, Capãozinho  e Bom Sossego.  Por isso que o Boa Hora está nessa horrível e hedionda situação de seca do seu leito. Um rio de águas claras até inicio da década de 90, infelizmente agora é um pequeno riacho que corre o risco de desaparecer totalmente.
Este é o progresso que a gauchada e a Suzano tem para o Baixo Parnaíba? Um legado de devastação, violência, grilagem e desacato aos direitos morais, culturais e de sobrevivência dos povos habitantes do território livre. Os movimentos sociais precisam reergue-se para juntos lutarmos lado a lado contra esses problemas que vem se arrastando há muitos anos. Antes da chegada da Suzano e depois os gaúchos, tudo era muito diferente, a vida, a fauna, a flora, as chapadas, os rios, lagoas, cabeceiras... em fim a biodiversidade no Baixo Parnaíba. A ganância pelo dinheiro cega as pessoas de tal forma que elas passam despercebidas de que um dia poderão também desaparecerem junto com a mão natureza.

José Antonio Basto
21/01/2015
militante dos direitos humanos -, Baixo Parnaíba Maranhense
email: bastosandero65@gmail.com


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