Depois de muita luta da Comissão
Pastoral da Terra, da Fetaema e da Diocese de Bacabal, o inquérito
policial sobre o assassinato por emboscada praticado contra a pessoa do
líder camponês Raimundo Rodrigues da Silva, conhecido por Raimundo
Brechó. O fato foi registrado na comunidade Abundância, povoado de
Campestre, município de Timbiras, área histórica como referência de ter
acampado os revolucionários da Balaiada. O homicídio foi praticado pelo
elemento Júlio Nunes Aguiar, que teria sido contratado por
latifundiários, uma vez que a área questionada de 14 mil hectares seria
de propriedade da família Alvim, mas existem outros interessados
reivindicando a propriedade, mas ninguém declara a cadeia dominial e
comenta-se que existem documentos fraudados em cartórios. O autor do
covarde assassino foi denunciado agora pelo promotor de justiça Rodrigo
Ronaldo Martins Rabêlo da Silva, da comarca de Timbiras.
Lideranças responsabilizam o INCRA pela omissão
Os conflitos quando começaram a tomar
proporções com riscos de confrontos, diante da perseguição para a
retirada de 300 famílias da área, a CPT, a Fetaema e a Diocese de
Coroatá solicitaram ao INCRA, uma vistoria na área para em seguida a
iniciação do processo de desapropriação. O então superintendente José
Inácio Rodrigues Sodré garantiu que a vistoria seria feita de imediato,
mas não demonstrou interesse efetivo, uma vez que existe na retaguarda
um grupo politico partidário, a exemplo do que ocorre em Codó, que o
INCRA sempre se posicionou contra posseiros e mais precisamente
quilombolas.
Com objetivo de perseguir ainda mais as
famílias, os grileiros e latifundiários colocaram nas áreas dos
posseiros animais para destruir as roças das mais de 300 famílias,
visando fazê-los a abandonar o local. Raimundo Brechó e outras
lideranças decidiram resistir as pressões, contando com o respaldo
jurídico da CPT e da Fetaema e a presença da Igreja Católica, inclusive
com a presença do bispo Dom Sebastião Bandeira, da Diocese de Coroatá.
Diante dos riscos iminentes de confronto, uma vez que muitos jagunços
passaram a ser vistos, novamente foram feitas gestões junto ao INCRA, ao
Ouvidor Agrário Nacional e a Comissão Nacional de Combate a Violência
no Campo, mesmo assim mais uma vez a Superintendência Regional do
INCRA, mostrou-se indiferente e os comentários que chegavam às famílias é
que a instituição não faria qualquer procedimento de vistoria.
Com o acirramento do conflito, Raimundo
Brechó passou a ser ameaçado e o pai criminoso colocou vários animais
para destruir a roça dele, uma vez que ele havia se transformado no
símbolo da luta para permanecer na área. Por sucessivas vezes, a vítima
procurou o genitor do acusado solicitando que retirasse os seus animais,
e como recebia como resposta, que tratasse de cercar a sua roça para
não ser totalmente destruída, tendo ele dito, que isso acontecesse ele
mataria os animais, que inclusive foram colocados exatamente para gerar
desentendimentos. Ele passou publicamente a ser ameaçado de morte, mas
não deu muito crédito, até que no dia 21 de janeiro do ano passado foi
alvejado por quatro tiros de espingarda pelas costas, quando viajava na
garupa de uma moto. O criminoso Júlio Nunes Aguiar estava de tocaia
protegido pelo tronco de uma árvore, detonando contra Raimundo Brechó,
na passagem da moto.
Delegado tentando proteger o assassino
O delegado designado para fazer o
inquérito policial se posicionava como advogado de defesa do assassino,
mostrando-se altamente desinteressado e criando fatos contra a vítima,
dando a entender que o homicídio teria sido em legítima defesa,
eximindo-se totalmente aos fatos reais, uma vez que teriam alguns
políticos pressionando em favor do bandido Julio Nunes Aguiar.
Se não tivesse havido o enfrentamento
pela CPT, Fetaema e do próprio bispo Dom Sebastião Bandeira, o inquérito
não seria instaurado e muito menos concluído, muito embora com bastante
deformações constatadas pelo Ministério Público. Agora a comunidade do
povoado de Abundância se prepara para acompanhar a tramitação do
processo. Com a mudança no INCRA, em que o ex-vice-governador Washington
Macaxeira, atualmente Ministro do Tribunal de Contas perdeu a indicação
para fazer manipulação politica e contratos milionários para prestação
de serviços e convênios nada transparentes com prefeituras, novas
gestões estão sendo feitas para vistorias na área de CampestreAldir dantas
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