quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Comunidade de Campestre em Timbiras responsabiliza o INCRA pelo assassinato de líder camponês


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Depois de muita luta da Comissão Pastoral da Terra, da Fetaema e da Diocese de Bacabal, o inquérito policial sobre o assassinato por emboscada praticado contra a pessoa do líder camponês Raimundo Rodrigues da Silva, conhecido por Raimundo Brechó. O fato foi registrado na comunidade Abundância, povoado de Campestre, município de Timbiras, área histórica como referência de ter acampado os revolucionários da Balaiada. O homicídio foi praticado pelo elemento Júlio Nunes Aguiar, que teria sido contratado por latifundiários, uma vez que a área questionada de 14 mil hectares seria de propriedade da família Alvim, mas existem outros interessados reivindicando a propriedade, mas ninguém declara a cadeia dominial e comenta-se que existem documentos fraudados em cartórios. O autor do covarde assassino foi denunciado agora pelo promotor de justiça Rodrigo Ronaldo Martins Rabêlo da Silva, da comarca de Timbiras.
              Lideranças responsabilizam o INCRA pela omissão
Os conflitos quando começaram a tomar proporções com riscos de confrontos, diante da perseguição para a retirada de 300 famílias da área, a CPT, a Fetaema e a Diocese de Coroatá solicitaram ao INCRA, uma vistoria na área para em seguida a iniciação do processo de desapropriação. O então superintendente José Inácio Rodrigues Sodré garantiu que a vistoria seria feita de imediato, mas não demonstrou interesse efetivo, uma vez que existe na retaguarda um grupo politico partidário, a exemplo do que ocorre em Codó, que o INCRA sempre se posicionou contra posseiros e mais precisamente quilombolas.
Com objetivo de perseguir ainda mais as famílias, os grileiros e latifundiários colocaram nas áreas dos posseiros animais para destruir as roças das mais de 300 famílias, visando fazê-los a abandonar o local. Raimundo Brechó e outras lideranças decidiram resistir as pressões, contando com o respaldo jurídico da CPT e da Fetaema e a presença da Igreja Católica, inclusive com a presença do bispo Dom Sebastião Bandeira, da Diocese de Coroatá. Diante dos riscos iminentes de confronto, uma vez que muitos jagunços passaram a ser vistos, novamente foram feitas gestões junto ao INCRA, ao Ouvidor Agrário Nacional e a Comissão Nacional de Combate a Violência no Campo, mesmo assim mais uma vez a Superintendência  Regional do INCRA, mostrou-se indiferente e os comentários que chegavam às famílias é que a instituição não faria qualquer procedimento de vistoria.
Com o acirramento do conflito, Raimundo Brechó passou a ser ameaçado e o pai criminoso colocou vários animais para destruir a roça dele, uma vez que ele havia se transformado no símbolo da luta para permanecer na área. Por sucessivas vezes, a vítima procurou o genitor do acusado solicitando que retirasse os seus animais, e como recebia como resposta, que tratasse de cercar a sua roça para não ser totalmente destruída, tendo ele dito, que isso acontecesse ele mataria os animais, que inclusive foram colocados exatamente para gerar desentendimentos. Ele passou publicamente a ser ameaçado de morte, mas não deu muito crédito, até que no dia 21 de janeiro do ano passado foi alvejado por quatro tiros de espingarda pelas costas, quando viajava na garupa de uma moto. O criminoso Júlio Nunes Aguiar estava de tocaia protegido pelo tronco de uma árvore, detonando contra Raimundo Brechó, na passagem da moto.
                Delegado tentando proteger o assassino
O delegado designado para fazer o inquérito policial se posicionava como advogado de defesa do assassino, mostrando-se altamente desinteressado e criando fatos contra a vítima, dando a entender que o homicídio teria sido em legítima defesa, eximindo-se totalmente aos fatos reais, uma vez que teriam alguns políticos pressionando em favor do bandido Julio Nunes Aguiar.
Se não tivesse havido o enfrentamento pela CPT, Fetaema e do próprio bispo Dom Sebastião Bandeira, o inquérito não seria instaurado e muito menos concluído, muito embora com bastante deformações constatadas pelo Ministério Público. Agora a comunidade do povoado de Abundância se prepara para acompanhar a tramitação do processo. Com a mudança no INCRA, em que o ex-vice-governador Washington Macaxeira, atualmente Ministro do Tribunal de Contas perdeu a indicação para fazer manipulação politica e contratos milionários para prestação de serviços e convênios nada transparentes com prefeituras, novas gestões estão sendo feitas para vistorias na área de Campestre

Aldir dantas

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