Recordei-me de uma certa vez quando estava lendo a revista da ENFOC (Escola Nacional de Formação da CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), onde a mesma tratava da grande diferença entre as políticas do Agronegócio e PADRSS – “Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário”, então refleti sobre essa questão no TERRITÓRIO DO BAIXO PARNAIBA MARANHENSE, onde existe uma enorme disputa de terras entre o sistema atrasado da monocultura do eucalipto e soja e o Desenvolvimento Rural Sustentável na Agricultura Familiar. Vejamos então os dois pontos contrários.
“O agronegócio é um modelo produtivo
agroexportador, resultado de uma aliança entre o grande capital, representado
pela agricultura patronal, com setores financeiros, industriais e com o estado.
Este modelo contém uma concepção ideológica de desenvolvimento para o campo com
concentração de terra e de renda e sem gente. Investe na mercantilização dos
bens naturais como terra, água e biodiversidade, construindo dependência por
pacotes tecnológicos, insumos químicos, agrotóxicos, sementes transgênicas e
maquinários que devastam os recursos naturais e a saúde humana”. Já o
PADRSS é o nosso “Projeto Político do Movimento
Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais para o desenvolvimento do
campo, cuja centralidade é: realização de uma REFORMA AGRÁRIA AMPLA, massiva,
forte e de qualidade para as populações tradicionais, fortalecimento e
valorização da agricultura familiar COM GENTE, promoção da soberania e
segurança alimenta, trabalho e dignidade no campo. Este projeto contém uma
concepção ideológica de desenvolvimento do campo baseada na garantia da
igualdade e do respeito entre os povos e na transição para o modelo produtivo
agroecológico e orgânico. Investe ainda na luta por políticas públicas sociais
necessárias ao pleno desenvolvimento humano e na superação dos históricos
problemas estruturais de reprodução da vida no campo, nas águas e nas floresta”. Com isso podemos perceber que a realidade no Baixo
Parnaíba Maranhense, sendo este um território marcado por conflitos agrários e
socioambientais não pode ser diferente de outros lugares do país. Pois aqui em
nossa região das chapadas, as políticas dos monocultivos vieram para
transformar o meio ambiente, assim deixando um legado de devastação das
espécies vegetais e animais, destruindo cabeceiras de rios, riachos e lagoas
que dantes nunca viram tão mudanças drásticas. A ganancia do agronegócio se
espalha pelo Maranhão e resto do Brasil privatizando cada vez mais os bens
naturais: terra, água e biodiversidade. É
triste saber que 80% dos recursos federais anualmente sustentam a monocultura
em nosso país, sendo apenas 16% para a agricultura familiar e com muita
dificuldade para os camponeses acessarem créditos de apenas quatro mil reais
pelos PRONAFs. A Reforma Agrária real é caminho para todos nós adquirir
liberdade, as comunidades não lutam apenas pela desapropriação e /ou
regularização, mas clamam por desenvolvimento técnico podendo assim produzir e
até exportar os produtos que dão vida.
Acredito que somente com a união dos povos camponeses
poderemos dá uma resposta a este modelo predatório, atrasado e sem futuro para
a humanidade que é o AGRONEGÓCIO CAPITALISTA. juntos criaremos as condições
para ampliação e fortalecimento das práticas ensinadas pelos nossos pais e
avós, fazendo valer a vida, os direitos humanos, a biodiversidade e a natureza.
(José Antonio Basto - M. D. H. V – B. P. M)
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