quinta-feira, 21 de abril de 2011

A destruição do Cerrado Maranhense

 E por falar em Câmara Federal: Sarney Filho se finge de ecologista para defender desmatadores .

No CMQ de semana passada, mencionei o papel tosco do Deputado Sarney Filho tem feito na proposta de votação do novo Código Florestal. Sarneyzinho, se fingindo de ecologista, está preocupado com a aprovação do novo código, região na qual o Deputado mini Sarney tem interesse especial, já que uma parte significativa do cerrado brasileiro está localizado no Maranhão.

Pois bem, dia 06 de abril foi divulgado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o resultado do programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros para o  Cerrado. Leia Aqui.

A Ministra quis dar uma boa notícia e deu, o resultado do estudo  houve redução de 50% do desmatamento do Cerrado de agosto de 2010 a fevereiro de 2011 em relação ao mesmo período no ano passado (agosto de 2009 a fevereiro de 2010). A notícia é boa para todo o Brasil, menos para o Maranhão, o estado que mais desmatou sua área de cerrado, nada mais nada menos do que 2.338 km².  Sarney Filho, filiado ao Partido Verde, passa dia e noite falando em ambientalismo, a ponto de se sentir o grande especialista no assunto dentro do Congresso Nacional, citou em discursos e entrevistas a diminuição Nacional do desmatamento das áreas de cerrado e se esqueceu de dizer que o Estado do Maranhão, onde sua família se apropriou de grande parte das terras, o desmatamento  caminhou na linha inversa e cresceu assombrosamente.

Todos nós sabemos que uma das bases dos negócios de Sarney é a terra Maranhense. Terra da qual ele se apropriou ao criar a famigerada “Lei de Terras” quando ainda era governador em 1969; Lei que selou o destino de milhares de Maranhenses que até hoje vagam em uma diáspora sem rumo pelo mundo, legando ao Maranhão o posto de líder em exportação de trabalho escravo. Lei essa que arrasou com a próspera produção de arroz do Maranhão e transformou nossas terras em meras produtoras de produtos primários para exportação,  que enriquecem meia dúzia de oportunistas, além do próprio Sarney . O cerrado Maranhense, o mais desmatado do Brasil, é um cenário projetado pelo Sarney para expor um dos últimos capítulos da triste história de humilhação de um povo em sua própria terra.

Quem conhece a região de Chapadinha e Balsas, sabe que estou falando. Um pedaço de chão totalmente transformado pelos gaúchos, que chegaram arrotando dinheiro do Prodecer 3, dinheiro japonês para financiar a espoliação das terras Maranhenses e expulsar seus moradores. A gauchada pedante, que não se mistura com os Maranhenses, não se dá nem ao trabalho de plantar frutas, arroz ou produtos para consumo interno nas terras ociosas de plantação da monocultura da soja. Pra quê? Quem liga para o consumo interno num estado em que as pessoas não são contratadas nem mesmo para pegar as migalhas que restam da produção da soja exportada? Os gaúchos expulsaram os Maranhenses de suas próprias terras com ajuda do Sarney e dos megalomaníacos “Grandes Projetos” como o Porto do Itaqui, que arrota seu estupendo nível de profundidade garantindo que grandes embarcações aportem para levar o resultado da espoliação das terras Maranhenses, enquanto o povo vê o Progresso indo embora sem dele retirar nem o sustento.

O Cerrado Sul – Maranhense é uma desgraça completa e absoluta para o Maranhão, uma terra irreconhecível em que de um lado, os gaúchos milionários perpetuam a monocultura de exportação à moda do pacto colonial do século XVII nos melhores pedaços de terra; de outro, pobres Josés com suas associações de bairro tentando plantar um bocado de arroz aqui e ali.

Sobre esse cerrado, Sarney Filho não fala. Ao contrário. Mentir sobre o novo Código Florestal é seu modus operandi de atuar para que a bisonha realidade do cerrado Maranhense continue ostentando o descalabro predatório da ganância dos grandes produtores.

No governo do PT, que tem na família Sarney sua grande aliada, a ignorância sobre o que acontece no cerrado é grande. Certa vez perguntaram ao então ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o que ele pensava a respeito da expansão da fronteira agrícola nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia. O ministro respondeu: “Lá não tem nada, só cerrado”.

Nada além de cerrado. Ou seja: nada mais importante do que o bioma adequado para colocar prática o agro business devastador que ignora as famílias que vivem da vasta oferta de pequi, araticum, pitomba, cagaita, coco macaúba, mangaba, buriti, jatobá, araçá, umbu, jenipapo, murici, gabiroba, tarumã, baru, frutos que garantem a subsistência dos pequenos produtores e cujo potencial econômico, o governo do PT, auxiliado pelo grande entendedor de Meio Ambiente, Sarney Filho, desconhece.

Semana que vem eu conto aos amados, as presepadas do  grupo Sarney com a empresa de Papel e Celulose Suzano e seus eucaliptos do mau na região do Baixo Parnaíba, bem como a ganância de holandeses da ENECO, sedentos pela produção de babaçu do Maranhão.

Por: Blog do Marrapá
http://marrapa.com

* matérias assinadas nem sempre refletem a nossa  opinião

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