Os dados do Ibama mostram que, por ano, a destruição do bioma equivale a 0,37% dos 2,03 milhões de hectares do cerrado. Antes o percentual era de 0,69%. O bioma ocupa um quarto do país e se espalha por doze unidades da federação. Em extensão e biodiversidade, o cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, perdendo só para a Amazônia. Nele nascem as três principais bacias hidrográficas do país: a Amazônica (Araguaia-Tocantins), a do Paraná-Paraguai e a do São Francisco.
O desmatamento anunciado em setembro de 2009 foi o primeiro divulgado pelo governo fruto de um monitoramento por satélite - o que já é feito na Amazônia há vinte anos. No entanto, o número foi revisado e caiu de 21.260 km2 anuais para 14.000 km2. O estado que mais desmatou entre 2002 e 2008 foi o mesmo que seguiu na liderança no ano seguinte: o Maranhão, que neste último período converteu 2.338 km2 (1,1% do total) de cerrado em carvão. Este é, segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, uma das principais causas da destruição do bioma.
Devastação pode cair em aproximadamente 40% De 2002 a 2008 o Maranhão derrubou 23.144 km2 árvores.
- A exploração da madeira do cerrado para fabricação de carvão vegetal é um fator importante. O novo dado indica que estamos vivendo uma tendência de contenção do desmatamento no cerrado - diz Bráulio, defendendo que, mantidas as taxas atuais, o governo cumprirá a meta prevista na lei climática de reduzir a devastação do bioma em 40% até 2020.
Depois do Maranhão, os estados que mais contribuíram para este resultado no último período medido foi Tocantins (1.311 km2 destruídos), Bahia (1.000 km2 destruídos) e Mato Grosso (833 km2 destruídos). Com o novo monitoramento feito pelo Ibama é possível identificar desmatamentos acima de dois hectares - uma precisão bem maior do que o sistema que checa a destruição da Amazônia, o Prodes, que so consegue "enxergar" derrubadas superiores a 6,25 hectares. A medição do cerrado também agora passa a ser feita anualmente.
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