Oficina meio ambiente durante o VI Encontro (Fórum Carajás)
Algo inadiável e inseparável os comprimia e movia-os por e para dentro dos municípios de Urbano Santos, Barreirinhas e Santa Quitéria, Baixo Parnaiba maranhense. A combinação entre as comunidades destes três municípios se acentuou por demais da conta com o passar dos dias e dos meses.
Em São Raimundo e em Mangabeirinha, município de Urbano Santos, nos Anajás dos Garcês, município de Barreirinhas, e no Pólo Coceira e no Pau Serrado, município de Santa Quitéria, aprendeu-se um montão de nomes e apreendeu-se um montão de fisionomias. Os dias e os meses de 2010 e 2011 se reajustaram a medida que as pessoas refizeram suas idéias e seus ideais ou embaralharam-nos em novos propósitos.
Traduzir esse algo em um nome ou em um movimento fracassaria, por certo. Quando se fala ou comenta-se algo a respeito do Baixo Parnaiba maranhense, pressupõe-se que a bacia hidrográfica se restrinja ao rio Parnaiba e a seus afluentes da margem esquerda. A expressão “Baixo Parnaiba maranhense” para seus moradores, ao longo de décadas, esgrimia com a própria noção de estado que as elites centrais do Maranhão defendiam como a ideal e a que seus concidadãos aceitariam de bom grado.
Num tempo em que o rio Parnaiba atraia as pessoas por seus atributos geológicos e por transportar a favor ou contra a correnteza milhares de pessoas e toneladas de mercadorias em dezenas de barcos, o que mais no imaginário coletivo contrapor-se-ia as adversidades político-econômicas a não ser o próprio rio Parnaiba, desde suas cabeceiras até a sua foz? Portanto, talvez esteja aí uma parte da explicação do por que Barreirinhas, Urbano Santos, parte de Santa Quitéria e outros municípios se espelharem tanto no rio Parnaiba.
O município de Barreirinhas, entre os dias 25 e 28 de agosto de 2011, sediou o sexto encontro de Comunidades do Baixo Parnaiba como fora definido no encontro anterior de Buriti de Inácia Vaz em 2009. A principal característica desses encontros está na universalização dos temas que interessam as comunidades em forma de palestras e oficinas.
A temática da água, com certeza, que recai sobre a temática ambiental, burila o interesse das lideranças das comunidades, entretanto a preocupação das comunidades do rio Jacu, afluente do rio Preguiça, com relação ao desmatamento das Chapadas para os plantios de eucalipto da Margusa no município de Urbano Santos não atende a preocupação das comunidades ribeirinhas que viram o seu acesso aos recursos pesqueiros de Barreirinhas ser suprimido pelos órgãos ambientais. E o que diriam as comunidades de Brejo, de Buriti de Inácia Vaz e de Santa Quitéria que pescam no rio Buriti e que consomem peixe contaminado por agrotóxicos das lavouras de soja? A temática ambiental se melindra quando, dentro dela, chocam-se temáticas como desmatamentos em larga escala, acesso a biodiversidade e agrotóxicos.
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